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ONU e Japão unem forças para combater desafio do lixo espacial BR

Estudo chama a atenção para a ameaça do aquecimento global.
NASA
Estudo chama a atenção para a ameaça do aquecimento global.

ONU e Japão unem forças para combater desafio do lixo espacial

Assuntos da ONU

Iniciativa também visa fortalecer cooperação internacional e conscientização global sobre importância da mitigação do problema; lixo espacial está aumentando.

O Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Espaciais, Unoosa, e o governo do Japão assinaram uma declaração conjunta sobre intenção de cooperar para enfrentar o desafio do lixo espacial.

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O amanhecer sobre o planeta Terra, visto da Estação Espacial Internacional. Foto: Scott Kelly/NASA

Ambas as partes devem atuar para aumentar a compreensão global sobre o problema, disseminar informações de pesquisas mais recentes e cooperar com as partes envolvidas no apoio a implementação das diretrizes de mitigação existentes

Conscientização

A declaração foi assinada durante o 57º Subcomitê Técnico e Científico do Comitê de Usos Pacíficos do Espaço, que está ocorrendo em Viena até 14 de fevereiro.

A iniciativa também visa fortalecer a cooperação internacional e a conscientização global sobre a importância da mitigação do lixo espacial.

Os detritos espaciais são definidos como todos os objetos não funcionais feitos pelo homem, incluindo fragmentos e elementos destes materiais, na órbita da Terra ou que estejam reentrando na atmosfera do planeta.

Riscos

De acordo com o Unoosa, o lixo espacial está aumentando com base no crescente número de países que usam o espaço e de objetos lançados no espaço. O Escritório da ONU alerta que isso gera riscos sérios de colisão, ameaçando operações espaciais e limitando o desenvolvimento de um ambiente espacial e comercial seguro.

Uma pesquisa de 2019 do Comitê sobre os Usos Pacíficos do Espaço, diz que desde 1957, quando o primeiro satélite foi lançado no espaço, o Sputnik 1, a massa de objetos em órbita aumentou linearmente atingindo quase 8 mil toneladas.

Já o número de objetos catalogados, que são grandes o suficiente para serem seguidos do solo, tipicamente com 10 cm em órbitas baixas da Terra ou 1 m perto do geoestacionário) chegaram agora a 20 mil.

O estudo acrescenta que destes 20 mil objetos catalogados registrados atualmente, cerca de 1,7 mil são satélites ativos e os outros são detritos espaciais.

Medidas

O Unoosa e o governo do Japão observaram com satisfação que muitos Estados e organizações intergovernamentais estão implementando medidas de mitigação de detritos espaciais.

Essas medidas estariam sendo consistentes com as Diretrizes de Mitigação de Detritos Espaciais do Comitê sobre os Usos Pacíficos do Espaço, as Diretrizes de Mitigação de Detritos Espaciais do Comitê de Coordenação Interagências Espaciais e as Diretrizes sobre Sustentabilidade a Longo Prazo das Atividades do Espaço, entre outras.

Cooperação

O representante permanente e embaixador extraordinário e plenipotenciário do Japão para as Organizações Internacionais em Viena, Hikihara Takeshi, destacou a importância de aumentar a conscientização global sobre os desafios da mitigação do lixo espacial e disse que tem grandes expectativas para com a cooperação com a Unoosa.

Para a diretora do Unoosa, Simonetta Di Pippo, a declaração conjunta mostra a “determinação comum de aumentar a conscientização e os esforços globais para mitigar os detritos espaciais.”

Di Pippo acrescentou que o Escritório “é a principal plataforma para mobilizar a coordenação internacional em atividades espaciais e, com o apoio do Japão, assim como de outras entidades espaciais líderes, como a Agência Espacial Europeia”, existe uma confiança de que será possível “avançar na solução desse problema.”