Relator especial sobre pobreza extrema visitará Espanha na próxima semana BR

Philip Alston chega ao país em 27 de janeiro para uma viagem de trabalho de 10 dias; atualmente 26,1% dos espanhóis vivem sob risco de pobreza ou exclusão social contra 23,8% em 2008; taxa de desemprego representa o dobro da média da União Europeia.
A Espanha, quinta maior economia da Europa, tem um dos níveis mais altos de pobreza do continente. Este dado gera perguntas sobre quem estaria se beneficiando do crescimento econômico recente e quem está sendo esquecido.
Esta declaração é do relator especial* de direitos humanos sobre pobreza extrema, Philip Alston, que visitará a Espanha, na próxima semana.
Alston disse ainda que “apesar de uma recuperação econômica impressionante, uma década após a crise financeira, muitos indicadores de pobreza e desigualdade na Espanha permanecem altos e superiores aos níveis antes da crise.
O relator especial deve passar 10 dias no país, concluindo a visita oficial em 7 de fevereiro.
Atualmente, a Espanha tem 26,1% da população vivendo sob risco de pobreza ou exclusão social. Em 2008, esta taxa era de 23,8%. Philip Alston afirma que esta é uma das taxas mais altas da União Europeia. Segundo ele, a metade dos espanhóis teve dificuldade para fechar o orçamento do mês e as pessoas mais expostas à pobreza são crianças, migrantes e os povos Roma e Sinti, conhecidos como ciganos.
Com mais de 14% de pessoas sem trabalho, em novembro passado, a taxa de desemprego no país representa o dobro da média europeia. O relator afirma que a Espanha também investe menos que os países da União Europeia em programas de apoio social.
Philip Alston lembrou que o novo governo se comprometeu a melhorar o bem-estar socioeconômico da população e que a visita dele no início do governo também é uma oportunidade de avaliar a situação e fazer recomendações.
Alston viajará à Galiza, ao País Basco, a Andaluzia, Extremadura e à Catalunha.
Ele vai se reunir com autoridades locais e com pessoas afetadas pela pobreza, além de ativistas, acadêmicos e representantes da sociedade civil.
Antes de chegar ao país, a equipe do relator realizou mais de 60 entrevistas por telefone e recebeu 40 textos de pessoas diretamente afetadas pelo tema.
No fim da visita, em 7 de fevereiro, Philip Alston concederá uma entrevista a jornalistas na sede da Organização Mundial do Turismo, em Madri.
O relatório final deve ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos em junho deste ano.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.