ONU aliviada com libertação de trabalhadores humanitários na Nigéria
Os três funcionários haviam sido sequestrados no mês passado pelo grupo terrorista Boko Haram, no nordeste do país; chefe humanitário preocupado com destinos de outros ainda em cativeiro em “ambiente cada vez mais inseguro”; 2019 foi um dos anos mais perigosos para agências humanitárias.
Trabalhadores humanitários sequestrados por integrantes do grupo terrorista Boko Haram foram libertados na quarta-feira, após passarem cerca de 25 dias em cativeiro no estado nigeriano de Borno.
O coordenador humanitário das Nações Unidas na Nigéria, Edward Kallon, disse estar aliviado com a libertação de uma parte dos civis feita pelos insurgentes, incluindo os três funcionários.
Destino
O representante destaca, no entanto, que apesar de a notícia ser animadora ainda é preocupante o destino de outros civis sequestrados. O crime ocorreu em 22 de dezembro na área de Monguno, na cidade de Maiduguri.
O coordenador mencionou ainda que uma funcionária da ONG ACF, Grace Taku, e a enfermeira Alice Loksha continuam em cativeiro de grupos armados não-estatais.
Ele pediu a libertação imediata delas. A nota revela ainda a extrema preocupação com “o ambiente cada vez mais inseguro” em que atuam os funcionários humanitários prestando assistência urgente e essencial aos civis afetados pela crise.
Civis
Kallon revelou que uma das maiores preocupações da comunidade humanitária é o aumento da tendência de instalar postos de controle com veículos de grupos armados ao longo das principais rotas de abastecimento nos estados de Borno e Yobe. Ele destaca que estes locais “expõem os civis e funcionários humanitários a riscos de serem mortos ou sequestrados.”
O pedido feito a todas as partes envolvidas no conflito é que protejam os civis, incluindo os trabalhadores humanitários de violações graves às leis internacionais. Ele destacou a fragilidade de mulheres e crianças envolvidos nessas situações.
Perigos
No total, 12 trabalhadores humanitários perderam a vida em 2019. Esse número corresponde ao dobro em relação ao ano anterior.
O chefe humanitário das Nações Unidas na Nigéria destacou que o ano passado foi um dos mais perigosos para agências humanitárias no país africano.