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FMI diz que taxação de contribuintes mais ricos pode ajudar contra desigualdade BR

Estudos da instituição apontam que taxar contribuintes que estão no topo da distribuição de renda pode ser útil para combater a desigualdade.
Unicef/UNI103753/Rich
Estudos da instituição apontam que taxar contribuintes que estão no topo da distribuição de renda pode ser útil para combater a desigualdade.

FMI diz que taxação de contribuintes mais ricos pode ajudar contra desigualdade

Desenvolvimento econômico

Kristalina Georgieva defende novas políticas para combater desequilíbrio de renda; artigo destaca formas de tributação e gastos com uma dimensão de gênero.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, FMI, defende que é possível aumentar o imposto de renda dos mais ricos sem sacrificar o crescimento econômico.

Em artigo publicado esta terça-feira, em Washington, Kristalina Georgieva, cita estudos da instituição apontando que taxar contribuintes que estão no topo da distribuição de renda pode ser útil para combater a desigualdade.

Chefe do FMI apontou que as pessoas devem estar no centro das políticas e que a pandemia expôs a importância de sistemas de saúde fortes
Kristalina Georgieva defende que é possível aumentar o imposto de renda dos mais ricos sem sacrificar o crescimento econômico. Foto: ONU / Jean-Marc Ferré

Desafio

Para Georgieva, é preciso uma abordagem diferente para enfrentar essa disparidade que transformou “num dos desafios mais complexos e desconcertantes da economia global”.

A chefe do FMI fala em desigualdades de oportunidade, entre gerações, entre mulheres e homens, e que as mesmas estão crescendo em alguns países.

Para combatê-las, a diretora-gerente sugere que estas sejam repensadas.  Segundo ela, apesar de ser difícil implementar reformas políticas, “os ganhos em termos de crescimento e da produtividade valem o esforço”.

Política Fiscal

Georgieva disse que a tributação progressiva é um componente essencial da política fiscal eficaz.  A diretora-gerente defende ainda que sejam usadas ferramentas digitais para aumentar a receita dos países.

Para ela, a redução da corrupção também pode melhorar a arrecadação, aumentar a confiança do governo e fazer chegar as oportunidades a “comunidades e indivíduos que estão sendo esquecidos”.

Georgieva diz que as políticas tributárias e fiscais também devem ter uma dimensão de gênero.

A esse respeito, ela destaca que enquanto muitos países reconhecem a necessidade de igualdade de gênero e autonomia das mulheres, os governos podem usar um “orçamento de gênero” para organizar gastos e impostos avançando ainda mais na questão de igualdade nessa área.

A sugestão é aumentar a participação das mulheres na força de trabalho que pode impulsionar o crescimento e a estabilidade.

Sede do FMI em Washington, nos Estados Unidos.
IMF/Henrik Gschwindt de Gyor
Sede do FMI em Washington, nos Estados Unidos.

Efeitos

Georgieva destaca que “políticas de assistência social são cada vez mais relevantes no combate à desigualdade”.

Para a chefe do FMI, quando bem aplicadas, elas podem desempenhar um papel fundamental para mitigar a desigualdade de renda e seus efeitos nocivos sobre a desigualdade de oportunidade e coesão social.

Na próxima década, a instituição quer continuar a aposta de combate à desigualdade que nos últimos 10 anos foi introduzida em áreas como supervisão, concessão de crédito, estudos e desenvolvimento de capacidades.

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