Caso Jamal Khashoggi: Guterres quer investigação independente e imparcial
Declarações foram feitas após divulgação de sentenças esta segunda-feira em Riade; agências de notícias revelam que cinco pessoas foram condenadas à pena capital e outras três à prisão pela morte do dissidente jornalista saudita.
O secretário-geral das Nações Unidas reiterou que é preciso realizar “uma investigação independente e imparcial” sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, após o anúncio da condenação de suspeitos nesta segunda-feira.
Em nota emitida pelo seu porta-voz, em Nova Iorque, o chefe da ONU destaca que essa apuração deverá “garantir um exame completo e a responsabilização pelas violações de direitos humanos” cometidas no caso.
Assassinato
O jornalista era conhecido como crítico do governo saudita e desapareceu em outubro de 2018 no consulado do país em Istambul, na Turquia.
O representante disse que a organização teve conhecimento de que oito pessoas foram condenadas e sentenciadas pelo Tribunal Criminal de Riade pelo assassinato de Jamal Khashoggi.
De acordo com agências de notícias, cinco pessoas foram sentenciadas à morte e outras três foram presas devido ao ato. Os relatos das agências destacam ainda que 11 pessoas não identificadas teriam sido julgadas no caso.
Execuções
A nota do secretário-geral também reitera o compromisso das Nações Unidas de “garantir a liberdade de expressão e a proteção dos jornalistas, bem como a oposição de longa data à pena de morte”.
Em relatório apresentado à Assembleia Geral em outubro, a relatora especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Agnes Callamard, destacou não haver dúvidas de que o assassinato de Jamal Khashoggi fazia parte de plano.
A perita esteve à frente de um grupo de investigação internacional sobre o assassinato do dissidente saudita, que também integrava o perito forense português Duarte Nuno Vieira e os investigadores Helena Kennedy e Paul Johnston.