Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU Mulheres põe Marta Vieira da Silva entre suas 15 personalidades em 2019 BR

Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, Marta Vieira da Silva.
Foto: Mark Thor/Orlando Pride.
Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, Marta Vieira da Silva.

ONU Mulheres põe Marta Vieira da Silva entre suas 15 personalidades em 2019

Mulheres

Lista inclui ainda astronautas, ativistas, cientistas e políticas; agência da ONU espera que 2020 seja ainda melhor para as mulheres em termos de espaço e poder; vários países e organizações foram elogiados por medidas de defesa dos direitos da mulheres e de comunidades Lgbtq entre eles o Brasil.

A ONU Mulheres preparou uma lista com 15 personalidades, organizações e países, que mais se destacaram em 2019 pelos direitos das mulheres. A única pessoa de língua portuguesa na relação é a jogadora Marta Vieira da Silva, do Brasil.

Tweet URL

Ela aparece em sétimo lugar, atrás da cientista americana Katie Bouman, que conseguiu capturar a primeira imagem do buraco negro, e uma posição antes da ginasta e campeã olímpica Simone Biles, que conquistou a oitava posição da relação.

Primeira Viagem

A lista é encabeçada pelas astronautas da Nasa, a Agência Espacial Americana, Jessica Meir e Christina Koch, que protagonizaram em outubro a primeira viagem ao espaço feita somente por mulheres.

Em segunda posição, aparece uma equipe inteira de atletas mulheres, a dos Estados Unidos, que venceu, em julho, a Copa Mundial de Futebol Feminino. Elas advogaram por salários iguais para homens e mulheres que desempenham a mesma função nos gramados. E algumas chegaram a entrar na justiça para conquistarem o direito.

A agência da ONU acredita que 2020 trará ainda mais espaço para as mulheres delegando a elas também poder de decisão. O próximo ano marcará o 25º aniversário da Plataforma para Ação de Pequim, até agora considerada a maior agenda global sobre os direitos das mulheres. O documento foi adotado por 189 países em 1995.

Greta

O terceiro destaque feminino da lista vai para a adolescente e ativista ambiental, de 16 anos, Greta Thunberg. Em menos de um ano, ela conseguiu criar um movimento global para ação climática. O protesto, que começou solitário, todas as sextas em sua escola na Suécia, ganhou as ruas do mundo e foi parar na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde Greta desafiou líderes internacionais a fazerem mais do que as palavras para salvar o planeta das mudanças climáticas.

Greta Thunberg discursa nas Nações Unidas

A lista também inclui Esther Duflo, a segunda mais jovem ganhadora do mundo do Prêmio Nobel de Economia, e uma campanha britânica de um emoji para quebrar estigmas e preconceitos relacionados à menstruação, melhorando a comunicação sobre o tema entre meninas e mulheres.

A cientista americana, Katie Bouman, entrou na relação com a primeira imagem do buraco negro, apresentada em abril. E a brasileira Marta Vieira da Silva, embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, conquistou o destaque graças a seu gol de número 17 na Copa do Mundo de futebol. Com isso, a jogadora brasileira, eleita algumas vezes, a melhor do mundo pela Fifa, tornou-se artilheira número 1 da Copa do Mundo de Futebol masculina e feminina.

Canal da Mancha

Outra atleta na lista da ONU Mulheres é a americana Simones Biles, 22 anos.  Ela é a ginasta mais condecorada da História com 25 medalhas mundiais. Somente no Campeonato da Alemanha, ela levou cinco medalhas de ouro. A primeira mulher a cruzar o Canal da Mancha quatro vezes, sem uma única parada, Sarah Thomas também foi incluída na relação da agência da ONU pelo recorde.

A ativista Alaa Salah, do Sudão, no Conselho de Segurança.
A ativista Alaa Salah, do Sudão, no Conselho de Segurança. Foto: ONU/Evan Schneider

A ONU Mulheres incluiu ainda momentos importantes para os direitos das mulheres como a decisão da Espanha de aumentar o tempo de prisão de homens que participaram de um estupro coletivo. Já na Índia, a aeronáutica celebrou a chegada da primeira mulher-piloto do país, a subtenente Shivangi, 24 anos.

Em abril, Alaa Salah ganhou as manchetes de todo o mundo quando subiu num carro de som em protestos contra o regime do então presidente do Sudão Omar al-Bashir. Seis meses depois, ela discursou no Conselho de Segurança pedindo maior participação das mulheres à mesa de decisões políticas e em momentos de transição também.

Primeira-Ministra

Três países: Egito, Indonésia e Tanzânia também entraram na lista da ONU Mulheres por proibirem casamento infantil com leis que protegem as meninas e promovem seu futuro e sua educação.

E a Finlândia celebrou a chegada da primeira-ministra mais jovem do mundo, Sanna Marin, 34 anos. A nova chefe do governo também escolheu um gabinete com mais mulheres que homens.

A Organização Internacional do Trabalho entrou para a relação da ONU Mulheres após novos padrões para combater violência e assédio moral no trabalho, adotados na 108ª. Conferência Internacional do Trabalho, em junho.

Ex-diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde.
Ex-chefe do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde. , by Foto: ONU/Amanda Voisard

Brasil e Equador


Os direitos das comunidadee Lgbtq foram ressaltados na lista para promoção da igualdade. Brasil, Botsuana e Equador por reformas legislativas para proteger os direitos dessas pessoas em 2019. Botsuana descriminalizou a homossexualidade. Em junho, o Supremo Tribunal Federal decidiu que atos de discriminação e ódio a pessoas da comunidade Lgbtq são crimes punidos com sentenças de até cinco anos de prisão. No caso do Equador, o Supremo Tribunal legalizou casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A ONU Mulheres destaca ainda a presença de líderes femininas na União Europeia como a ex-chefe  do Fundo Monetário Internacional, FMI,  Christine Lagarde, e a alemã Ursula von der Leyen. Lagarde para chefiar o Banco Central Europeu e von der Leyen, a Comissão Europeia após quase seis décadas de comando masculino na instituição.