Casos de ebola voltam a aumentar na República Democrática do Congo
Violência e ataques obrigaram a diminuir a resposta das agências humanitárias; desde o início do surto, em agosto do ano passado, mais de 2,2 mil pessoas morreram da doença.
A República Democrática do Congo registrou um aumento no número de casos de ebola devido à violência de grupos armados em comunidades remotas, informou a Organização Mundial da Saúde, OMS.
De acordo com a agência, 27 novos casos foram identificados na semana passada no leste do país. O número representa três vezes mais do que o número médio de contaminações nos últimos 21 dias.

Perigos
Falando a jornalistas em Genebra, o especialista da OMS, Michel Yao, disse que a área mais afetada pelo vírus é “infelizmente a área com mais insegurança.”
A OMS afirma que o desenvolvimento é “preocupante”, mas lembra que as taxas atuais de infecção estão bem abaixo dos 120 casos por semana relatados durante o pico do surto, no final de abril.
Além disso, o vírus está agora restrito a quatro zonas de saúde, quando chegou a afetar 29, nos distritos de Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri.
Ataques
No final de novembro, ataques a profissionais de saúde e clínicas de obrigaram a reduzir, de forma significativa, o trabalho de localizar pessoas que entraram em contato com pacientes e vaciná-las.
O especialista da OMS afirmou que “quando não existe acesso, não se pode vacinar os contatos e outras pessoas em risco.” Também não é possível confirmar novos casos de infecção e prestar assistência médica.
A ONU estima que até 100 grupos armados operem na vasta região florestal do leste do país, na fronteira com Uganda, Ruanda e Burundi. Além de causar problemas na resposta ao ebola, os ataques provocaram uma crise humanitária e ameaçaram a distribuição de ajuda.
Ponte aérea
Para garantir que os cuidados continuem, a OMS lançou esta semana uma operação diária de helicópteros para as comunidades em risco. Os funcionários da agência administraram as primeiras vacinas na quinta-feira;
Desde o início do surto, em agosto do ano passado, 2.210 pessoas morreram da doença.