América Latina e Caribe: período de 2014-2020 será o de menor crescimento em 70 anos
Novo relatório diz que os motivos são redução da demanda interna, baixa procura externa e fragilidade dos mercados financeiros internacionais; para Brasil, projeção de crescimento é de 1% este ano e de 1,7% em 2020.
A economia da América Latina e do Caribe está desacelerando e deve crescer apenas 0,1% este ano. Já em 2020, deve se recuperar ligeiramente e crescer 1,3%.
Um novo relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, aponta como motivos a redução da demanda interna, a baixa procura externa e a fragilidade dos mercados financeiros internacionais.
Causas
Se requiere una economía política del crecimiento; el papel del Estado es hoy más importante que nunca. La macroeconomía tiene que estar al servicio del #desarrollosostenible: @aliciabarcena en lanzamiento de informe #CEPAL #BalancePreliminar 2019. https://t.co/yJbls4TX4P pic.twitter.com/Hbrs2zWFwT
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No total, os seis anos entre 2014 e 2020 devem representar o período de menor crescimento para a região das últimas sete décadas. Segundo as projeções da Cepal, o PIB da região caiu 4% entre 2014 e 2019.
Para o Brasil, a projeção é de crescimento de 1% este ano e de 1,7% em 2020.
A pesquisa da Cepal também destaca outras realidades econômicas na região, como maiores pressões sociais pedindo uma redução da desigualdade e maior inclusão social.
Na apresentação do relatório, a secretária executiva da agência da ONU, Alicia Bárcena, afirmou que “as condições atuais exigem que a política fiscal foque na ativação do crescimento e na resposta às exigências sociais.”
Essa nova política fiscal precisa de uma estratégia de médio e longo prazo para ser sustentável. Devem ser levados em conta fatores como crescimento, produtividade, capacidade de arrecadação de receitas e combate à evasão fiscal, que atualmente representa cerca de 6,3% do PIB da região.
Tendências
O país com maior crescimento esse ano será a Dominica, com 9%, seguida por Antígua e Barbuda, com 6,2%, República Dominicana, com 4,8%, e Guiana, com 4,5%. Por outro lado, a Venezuela deve ter a maior redução, com a economia caindo 25,5%, seguida pela Nicarágua, 5,3%, Argentina, 3%, e Haiti, 0,7%.
O desemprego na região passou de 8% em 2018 para 8,2% em 2019, o que representa mais um milhão de pessoas sem emprego, chegando a um novo máximo de 25,2 milhões. A qualidade do trabalho também diminuiu, com mais pessoas empregadas por conta própria do que recebendo salário.
Soluções
Apesar das dificuldades, a Cepal diz que a região pode inverter a situação, usando a inflação, que está em níveis mínimos históricos, reservas internacionais elevadas e bom acesso a mercados financeiros internacionais, onde as taxas de juro estão baixas.
Segundo a pesquisa, “estas condições favorecem a capacidade de implementar políticas macroeconômicas que revertem o cenário de baixo crescimento.”
O relatório também afirma que é preciso responder às exigências sociais da população, usando medidas de redistribuição da riqueza que melhorem a qualidade dos bens e serviços públicos.
