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FAO: Preço dos alimentos dispara em novembro BR

Brasil é mencionado, pela primeira vez, na categoria de carnes após a disparada no preço do produto.
Foto: FAO/Carly Learson
Brasil é mencionado, pela primeira vez, na categoria de carnes após a disparada no preço do produto.

FAO: Preço dos alimentos dispara em novembro

Assuntos da ONU

Índice da ONU é o mais alto dos últimos dois anos; carnes tiveram aumento de 4,6%; exportação de milho estabilizou no Brasil; Cabo Verde e Moçambique continuam na lista de países que precisam de ajuda externa para alimentação.

Os preços mundiais de alimentos subiram de forma significativa em novembro, atingindo seu ponto mais alto em mais de dois anos, informou esta quinta-feira a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO.

Segundo a agência, o aumento é causado por uma subida nos preços internacionais da carne e de óleos vegetais.

Carnes e óleos

FAO destaca que índice dos cereais teve impacto com o início da guerra na Ucrânia
FAO antecipa colheita recorde de 2.714 milhões de toneladas de cereais em 2019, Foto Fao/ Alessandra Benedetti

O Índice de Preços dos Alimentos teve uma média de 177,2 pontos no mês passado, o que representa um aumento mensal de 2,7% e uma subida de 9,5% em relação ao mesmo mês em 2018.

A maior subida foi registrada no Índice de Preços de Óleo Vegetal, que aumentou 10,4%. As cotações de óleo de palma subiram devido a uma forte procura causada por maior uso na produção de biodiesel e expectativas de possível escassez no próximo ano.

Em relação às carnes, o índice aumentou 4,6%, o maior crescimento mensal em mais de uma década. Os preços de carne bovina e ovina foram os que mais aumentaram, devido a uma forte procura, principalmente da China, que prepara as festividades de final de ano.

Açúcar e cereais

No último mês, o índice do açúcar subiu 1,8%, impulsionado por indicações de que, no próximo ano, o consumo mundial ultrapassará a produção. Isso deve acontecer devido a dificuldades no crescimento da produção na Tailândia, Índia, França e Estados Unidos.

Por outro lado, os preços de cereais caíram 1,2%, devido à forte concorrência entre os principais exportadores de trigo. Os valores do arroz também desceram. Quanto aos preços de exportação do milho, continuam caindo nos Estados Unidos, mas estão mais sólidos na Argentina e Brasil.

Os produtos lácteos subiram ligeiramente, porque começou a época de baixa produção na Europa e a demanda global continuou forte.

Previsões

A FAO também divulgou uma previsão de produção de cereais para 2019, antecipando uma colheita recorde de 2.714 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior.

Tendo em conta as necessidades esperadas para 2019 e 2020, a proporção global de estoque de cereais deve chegar a um nível de 31%, que a agência considera “relativamente alto” e indicativo de “uma situação confortável de suprimento global.”

Em novembro, a Zâmbia, afetada pela seca e preços recordes de alimentos básicos, foi adicionada à lista de 42 países que precisam de assistência externa para alimentação. Os países lusófonos de Cabo Verde e Moçambique continuam na lista.