Aiea: Irã deve cooperar com agência atômica da ONU sobre programa nuclear
Diretor-geral interino, Cornel Feruta, diz que país precisa colaborar para resolver “questões em aberto”; há relatos de uso de partículas de urânio que não tinham sido declaradas; na próxima semana, técnicos da Aiea viajarão a Teerã, capital do Irã, para reuniões sobre o tema.
A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, emitiu um comunicado, nesta quinta-feira, afirmando que o Irã deve ajudar a responder algumas perguntas sobre seu programa nuclear.
A declaração foi feita pelo chefe interino da agência, Cornel Feruta.
Acordo
Segundo ele, o Irã ainda não se pronunciou sobre a presença de partículas de urânio, de origem antropogênica, num local que não foi declarado à agência.
O relato sobre a presença de urânio foi feito ao Conselho Diretor da Aiea no último dia 7. Feruta contou que manteve contatos com o Irã sobre a descoberta, mas que o país não enviou nenhuma informação adicional mantendo o caso em aberto.
Na próxima semana, a Aiea deve se reunir com autoridades iranianas na capital do país, Teerã, para debater o tema.
Para Feruta, é fundamental que o país coopere com a agência da ONU de forma integral para implementar o Acordo de Salvaguardas e o Protocolo Adicional.
Acesso
Os documentos propiciam à Aiea amplos direitos de acesso às instalações iranianas para monitorar o programa nuclear do país, que o Irã afirma ser de uso exclusivo para geração de energia.
A Aiea tem Protocolos Adicionais com 136 países incluindo o Irã.
Durante a reunião com o Conselho Diretor, o chefe interino da agência afirmou que a Aiea também está monitorando o programa da Coreia do Norte com base em imagens de satélite. Ele pediu ao governo norte-coreano que cumpra suas obrigações previstas em resoluções do Conselho de Segurança sobre o tema.
Desde 2009, inspetores nucleares da agência não têm acesso às instalações do país asiático.
Feruta fez o mesmo apelo à Síria.
O chefe da Aiea também atualizou os integrantes do Conselho sobre ações da Aiea de apoio à energia nuclear e de treinamento em workshops para técnicas de radioterapia em países da África, da Europa e da região da Ásia-Pacífico.
Na Namíbia, por exemplo, um treinamento em alimentação e agricultura, em parceria com a FAO, está ajudando agricultores a reduzir a quantidade de água na irrigação em até 40%.