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ONU quer inquérito sobre ataque que matou pelo menos 12 em Idlib, na Síria BR

Sírios deslocados cozinham uma refeição no acampamento em Qah, perto da fronteira com a Turquia.
Irin/Jodi Hilton
Sírios deslocados cozinham uma refeição no acampamento em Qah, perto da fronteira com a Turquia.

ONU quer inquérito sobre ataque que matou pelo menos 12 em Idlib, na Síria

Paz e segurança

Vítimas estavam num assentamento de deslocados internos e fugiam dos combates que ocorrem perto da fronteira com a Turquia; vice-coordenador humanitário da ONU, Mark Cutts, condenou o ataque a civis.

As Nações Unidas pediram a abertura de inquérito independente e integral sobre um ataque com mísseis na quarta-feira no noroeste da Síria. Pelo menos 12 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante a ofensiva a um acampamento em Qah, na província de Idlib, no noroeste do país árabe.

Entre as vítimas estão várias crianças.  O vice-coordenador regional humanitário para a crise na Síria, Mark Cutts, disse estar chocado com os relatos sobre esse ataque a civis. Ele condenou o ato com veemência.

Em Binnish, na Síria, deslocados internos de Idlib vivem em uma escola destruída
Em Binnish, na Síria, deslocados internos de Idlib vivem em uma escola destruída. Foto: Unicef/Omar Haj Kadour

Violência

Para o representante é “repugnante que mísseis atinjam civis vulneráveis, incluindo idosos, mulheres e crianças abrigados em tendas e abrigos improvisados.”

Em nota, Cutts disse que o ataque tem que ser investigado, inteiramente, e lembra que o local atingido abriga pessoas que fogem da violência.

Testemunhas relataram destruição da infraestrutura do acampamento, incluindo tendas. Uma maternidade perto da área também foi danificada e quatro trabalhadores humanitários foram feridos.

O vice-coordenador destaca que o Direito Internacional Humanitário exige que todas as partes distingam com rigor entre civis e combatentes, tendo sempre cuidado para proteger civis contra operações militares.

Violação

Cutts disse que qualquer ataque visando civis é uma violação do direito internacional humanitário.

Mais de mil civis já foram vítimas de combates ocorridos desde o final de abril no noroeste da Síria incluindo centenas de crianças.

Segundo a ONU, já houve dezenas de ataques contra instalações e funcionários de saúde em toda a Síria.