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Chefe humanitário diz que “todos precisam fazer mais” para apoiar Venezuela BR

Mark Lowcock, subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, visita um hospital que atende um milhão de pessoas em Caracas, na Venezuela.
Ocha/Gema Cortes
Mark Lowcock, subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, visita um hospital que atende um milhão de pessoas em Caracas, na Venezuela.

Chefe humanitário diz que “todos precisam fazer mais” para apoiar Venezuela

Ajuda humanitária

Mark Lowcock, que visitou o país por três dias, disse que sofrimento humano não pode ser usado politicamente; ele descreveu riscos como exploração sexual, tráfico e abusos enfrentados, diariamente, por quem tenta fugir da crise.

O subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, concluiu uma visita oficial à Venezuela frisando que “todos precisam fazer mais” para ajudar o país.

No fim da viagem oficial de três dias,  Lowcock anunciou que em dezembro a ONU vai divulgar planos de apoio. Este ano, a organização recebeu US$ 155 milhões ou 65% do apelo feito para socorrer os venezuelanos.

A resposta humanitária para milhões de venezuelanos continua sendo ampliada.
A resposta humanitária para milhões de venezuelanos continua sendo ampliada.  Foto: Ocha/Gemma Cortes

Recursos

O coordenador humanitário disse que o financiamento é a maior barreira para prestar assistência. Ele pede uma solução para a liberação de recursos para ajudar a reduzir o sofrimento da população.

Lowcock apelou a todos para não “manipularem a assistência” e sublinhou que a ajuda continuará sendo monitorada para garantir transparência e independência na entrega.

O chefe humanitário disse que pediu apoio às autoridades e a outros envolvidos para que as agências, incluindo ONGs, possam recrutar especialistas mais agilmente.

Suprimentos

Ele também quer o fim de restrições burocráticas para registrar e movimentar suprimentos na Venezuela garantindo a chegada de apoio aos que precisem.

Lowcock contou que viu de perto os desafios para sobreviver incluindo milhões de pessoas que não podem comprar alimentos, água ou receber assistência médica.

Para ele, a crise política e econômica colocou o sistema de saúde à beira do colapso. Vários hospitais estão sem água e eletricidade.

Doentes graves nos hospitais estão sob risco de morte por falta de limpeza e assepsia. Doenças como malária e difteria não estão sendo tratadas por falta de medicamentos e de profissionais de saúde.

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Pessoas com deficiência

Entre os mais afetados pelas doenças crônicas estão gestantes, mães que amamentam e pessoas com deficiência.

Lowcock lembrou que cerca de 4,5 milhões de venezuelanos foram forçados a deixar o país e vivem agora, principalmente, em outros países da América Latina e do Caribe. Todos os dias, muitos tentam sair da Venezuela em jornadas perigosas com riscos de exploração sexual, tráfico e outros abusos.