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Agências da ONU discutem como reduzir transtornos de saúde mental de crianças e adolescentes BR

Três jovens, com 13 e 14 anos, nas Honduras, que foram vítimas de assédio.
Unicef/Adriana Zehbrauskas
Três jovens, com 13 e 14 anos, nas Honduras, que foram vítimas de assédio.

Agências da ONU discutem como reduzir transtornos de saúde mental de crianças e adolescentes

Saúde

Cerca de 20% dos adolescentes em todo o mundo sofrem de transtornos de saúde mental; 15% dos jovens em países de baixa e média renda já consideraram suicídio; agências da ONU realizam conferência sobre o tema essa semana. 

Perturbações de saúde mental estão aumentando entre crianças e adolescentes de todo o mundo, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e da Organização Mundial da Saúde, OMS.

Para ajudar a combater o problema, as duas agências da ONU realizam a primeira conferência sobre o tema entre sexta-feira e domingo na cidade de Florença, na Itália.

Objetivo

Em Villanueva, nas Honduras, Darwin na sala de aula que partilhava com o amigo Henry, que cometeu suícidio depois de ser vítima de bullying.
Em Villanueva, nas Honduras, Darwin na sala de aula que partilhava com o amigo Henry, que cometeu suícidio depois de ser vítima de bullying, Unicef/Adriana Zehbrauskas

Em nota, a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “muitas crianças e jovens, ricos e pobres, nos quatro cantos do mundo, estão passando por problemas de saúde mental.”

Segundo ela, “esta crise não tem limites ou fronteiras.” Com metade dos transtornos mentais começando antes dos 14 anos, Henrietta Fore diz que é preciso haver “estratégias urgentes e inovadoras para prevenir, detectar e, se necessário, tratar estes problemas desde tenra idade.”

Já o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lembrou que “muito poucas crianças com problemas de saúde mental têm acesso aos serviços de que precisam.” Segundo ele, “isso deve mudar.”

Problema

De acordo com os dados mais recentes, até 20% dos adolescentes em todo o mundo sofrem de transtornos mentais. Entre os problemas mais comuns estão automutilação, suicídio e depressão.

O suicídio é a segunda principal causa de morte entre as pessoas de 15 a 19 anos de idade. Cerca de 15% dos adolescentes em países de baixa e média rendas consideraram cometer suicídio.

Estes transtornos têm um custo pessoal, mas também social e econômico. Apesar disso, têm sido negligenciados nos programas de saúde globais e nacionais, destacam as Nações Unidas.

ONU discute como reduzir transtornos de saúde mental de crianças e adolescentes

Conferências

A iniciativa faz parte de uma nova série anual de conferências do Unicef que destaca os principais problemas que afetam crianças e jovens no século 21, chamada Leading Minds, Mentes que lideram em tradução livre para português. A série comemora o 30º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, marcado em 2019.

Na conferência em Florença, serão analisados os recursos, as parcerias e os serviços necessários para promover a saúde mental de crianças e jovens.

A iniciativa também deve debater o resultado de estudos recentes, que mostram a importância da saúde do cérebro nos primeiros anos de vida. Serão ainda destacadas lacunas na investigação, mas também programas que foram bem-sucedidos.