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Projeto brasileiro de venda de livros usados online recebe prêmio da ONU BR

A brasileira Melissa Figueira Fagundes foi a segunda vencedora com o projeto Liber.
Arquivo pessoal
A brasileira Melissa Figueira Fagundes foi a segunda vencedora com o projeto Liber.

Projeto brasileiro de venda de livros usados online recebe prêmio da ONU

ODS

Competição de Empreendedorismo Jovem Cidadão distingue iniciativas que promovam Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs; participaram mais de 2 mil pessoas de 109 países.

O projeto Liber, da especialista em informática Melissa Figueira Fagundes, é um dos vencedores da Competição de Empreendedorismo Jovem Cidadão, em que participaram mais de 2 mil pessoas de todo o mundo.

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O projeto foi escolhido pelo contributo que pode ter para cumprir o ODS número 12, sobre consumo e produção responsável. Foto: ONU News/Conor Lennon

A iniciativa tem o apoio da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco. A agência diz que recebeu candidaturas de 109 países “com ideias criativas e inovadoras para melhorar a vida de comunidades e pessoas.”

Ideia

O Liber, uma plataforma colaborativa para venda e compra de livros usados usando geolocalização, recebeu o segundo prêmio na categoria de empreendedorismo.

Em entrevista à ONU News, Melissa Fagundes explicou que o prêmio “traz uma visibilidade muito grande.” Ela disse que “isso é muito gratificante” porque este “é um negócio social, que contribui para os ODSs.”

“O projeto é uma plataforma em que qualquer pessoa pode compartilhar o seu acervo de livros usados e pessoas que têm interesse em comprar livros usados vão se encontrar e se conectar através dessa plataforma. E isso será feito por geolocalização e por interesse. Então, a gente criou os algoritmos para aproximar essas pessoas.”

Consumo

O projeto foi escolhido pelo contributo que pode ter para cumprir o ODS número 12, sobre consumo e produção responsável. Melissa Fagundes aponta o desperdício que os livros usados representam todos os anos.

Melissa – cut 2

“A vantagem é que tem um problema seriíssimo de descarte de livros usados. Existem algumas plataformas e alguns locais para doação, mas nem sempre é muito fácil as pessoas encontrarem. E também tem alguns sites em que as pessoas podem vender os seus livros, mas geralmente cobram alta taxa de comissão ou uma taxa mensal e ainda existe a questão da logística.”

Segundo a empreendedora, o Liber evita a questão da logística porque as pessoas se encontram pessoalmente para concluir a transação. Também não irá cobrar uma comissão sobre cada venda.

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Implementação

O projeto já terminou a fase de desenvolvimento. Neste momento, Melissa Fagundes e o seu parceiro de projeto, Raphael Costa, estão desenvolvendo o protótipo, com o apoio de uma iniciativa brasileira de aceleração de startups. O lançamento deve acontecer até janeiro de 2020.

Melissa Fagundes espera que o projeto tenha um grande impacto e que ajude a mudar a forma como as pessoas pensam sobre a compra e descarte de livros.

Melissa – cut 3

“Promover essa circulação, tornar mais acessível para as pessoas, acho que terá um impacto muito grande. Todo início do ano escolar os pais recebem uma lista enorme de livros para comprar. É sempre muito caro, um gasto muito alto em todo o início do ano. O Liber também pode atuar com esse público alvo. O impacto pode ser bem grande no nosso país, quando passa por uma crise econômica bem séria.”

Em maio, o projeto também recebeu um prêmio sobre ODSs promovido pela Fundação Antônio Menegheti de Pesquisa Científica e Humanista Educacional e Cultural, em parceria com a ONU.

Prêmio

O projeto PopulAção, da especialista em comunicação brasileira Laís Lucca, foi outro dos vencedores desse prêmio. Ele foi distinguido na categoria de jovem cidadão.

A competição é um programa global e uma plataforma online para apoiar inovações criadas pelos jovens para os ODSs.