Ecaterimburgo, na Rússia, concentra celebrações do Dia Mundial das Cidades
ODS
Em mensagem sobre a data, secretário-geral da ONU, António Guterres, diz que centros urbanos são o palco, onde a “batalha” contra a mudança climática será ganha ou perdida; 70% das emissões de dióxido de carbono são gerados nelas.
O Dia Mundial das Cidades, marcado neste 31 de outubro, quer promover sucessos da urbanização e ajudar a enfrentar desafios específicos resultantes da urbanização.
De acordo com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Desa, no ano passado, 55% da população mundial, ou 4,2 bilhões de pessoas, viviam em centro urbanos. Até 2050, mais 2,5 bilhões de cidadãos terão escolhido uma cidade para fixar residência. Este ano, a cidade escolhida para concentrar as celebrações pelo Dia Mundial foi Ecaterimburgo, na Rússia.
Urbanização
Para o conselheiro-sênior para inovação em serviços públicos do Desa, Jonas Rabiovitch, a questão do processo de urbanização é extremamente estratégica, principalmente quando se leva em consideração problemas globais, como a mudança climática.
“Nós temos primeiro que reconhecer que a urbanização é um fenômeno mundial irreversível. Inclusive, já se tentou recentemente na história da humanidade controlar a urbanização através de políticas públicas e não foi possível porque as pessoas mudam para as cidades, e encontram uma vida melhor nas cidades. Então, ao mesmo tempo, as cidades são um cenário de soluções e também trazem problemas. É o famoso paradoxo das cidades. Elas geram emprego, elas geram soluções e ao mesmo tempo as cidades trazem problemas como poluição, como violência e outros assuntos que precisam e têm sido de certa forma resolvidos pelos governos mundiais.”
Novas cidades
Em mensagem sobre o dia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que “muito do que será necessário para abrigar e servir a esse mundo, cada vez mais urbano, ainda não foi construído, e que até mesmo algumas novas cidades precisarão surgir.”
Para ele, “isso traz enormes oportunidades para desenvolver e implementar soluções que podem enfrentar a crise climática e abrir caminho para um futuro sustentável.”
Guterres também lembrou que “as cidades consomem mais de dois terços da energia do mundo e respondem por mais de 70% das emissões globais de dióxido de carbono.” Ele acredita que “as escolhas que serão feitas na infraestrutura urbana nas próximas décadas, em planejamento urbano, eficiência energética, geração de energia e transporte, terão influência decisiva na curva de emissões.”
As maiores cidades, por número de habitante:
- Tóquio - 37 milhões
- Nova Délhi - 29 milhões
- Xangai - 26 milhões
- Cidade do México - 22 milhões
- São Paulo - 22 milhões
- Cairo - 20 milhões
- Mumbai - 20 milhões
- Pequim - 20 milhões
- Daca - 20 milhões
Para o chefe da ONU, “as cidades são onde a batalha climática será amplamente vencida ou perdida.”
Tema
Este ano, as Nações Unidas selecionaram o tema “Mudando o mundo: inovações e uma vida melhor para as gerações futuras” para discutir como a urbanização pode ser usada para alcançar o desenvolvimento sustentável. O objetivo é promover o interesse da comunidade internacional na implementação global da Nova Agenda Urbana e no aprimoramento da cooperação entre os países para encontrar oportunidades e enfrentar os desafios da urbanização nas cidades.
A ONU destaca que a urbanização apresenta vários desafios de sustentabilidade relacionados à habitação, meio ambiente, mudanças climáticas, infraestrutura, serviços básicos, segurança alimentar, saúde, educação, empregos decentes, segurança e recursos naturais. Ao mesmo tempo, ela também pode produzir grandes oportunidades além de ser uma ferramenta crítica para o desenvolvimento sustentável, se aplicada da maneira correta.
Guterres enfatizou que “as cidades geram mais de 80% do Produto Interno Bruto, PIB, global e, como centros de educação e empreendedorismo, são pólos de inovação e criatividade, com os jovens muitas vezes assumindo a liderança.” Para ele, “agora é a hora de uma ação ambiciosa.”
Celebrações
A ONU acredita que é possível usar a urbanização para alcançar o desenvolvimento sustentável, adaptando a maneira como as cidades são planejadas, projetadas, financiadas, desenvolvidas, governadas e gerenciadas. A inovação também pode contribuir para o fim da desigualdade e precisa ser acompanhada de políticas regulatórias econômicas e sociais apropriadas.
Para celebrar o Dia Mundial das Cidades, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, também sediará uma conferência em Paris.
A conferência reunirá representantes de cerca de 24 municípios de todas as partes do mundo para quatro painéis de discussão que cobrem questões como sustentabilidade e ação climática, regeneração urbana e inclusão social, e inovação tecnológica.
Principais objetivos do Dia Mundial das Cidades de 2019:
- Aumentar a conscientização sobre como as inovações digitais podem ser usadas para a prestação de serviços urbanos, a fim de melhorar a qualidade de vida e melhorar o ambiente urbano;
- Mostrar novas tecnologias de fronteira que podem criar cidades mais inclusivas;
- Apresentar oportunidades para geração de energia renovável nas cidades;
- Explorar como as tecnologias de fronteira podem promover a inclusão social nas cidades;
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11, foca na ambição de tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Segundo a ONU, as desigualdades nas cidades estão crescendo desde 1980. As maiores cidades do mundo também são as mais desiguais.
As maiores cidades, por número de habitante, são Tóquio com 37 milhões de pessoas. Em segundo lugar, aparece Nova Délhi com 29 milhões de habitantes.
A expectativa do Desa é que Nova Délhi ultrapasse Tóquio até o próximo ano. A capital da Índia deve ser tornar a mais populosa do mundo por volta de 2028.