Vítimas de violência sexual em conflito terão fundo global aprovado pela ONU
Lançamento acontece em evento para marcar 10º aniversário de mandato do Conselho de Segurança sobre o tema; fundo tem apoio de Prêmios Nobel da Paz Nadia Murad e Dennis Mukwege.
Há 10 anos, o Conselho de Segurança aprovou um novo mandato para ajudar a prevenir violência sexual em conflito. Nesta quarta-feira, a ONU dá mais um passo com a criação de um fundo global de assistência às vítimas deste tipo de violência.
A iniciativa será lançada pela representante especial do secretário-geral sobre Violência Sexual em Conflito, Pramila Patten, em Nova Iorque, num evento apoiado pela África do Sul.
Paz
Os vencedores do prêmio Nobel da Paz Nadia Murad e Dennis Mukwege também participam no evento.
Murad, a primeira vítima de tráfico a servir como embaixadora da Boa Vontade da ONU, foi sequestrada pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil. Já Mukwege é um médico congolês que se especializou no tratamento de mulheres violadas por milícias durante a guerra civil.
Durante o evento, vários sobreviventes de conflitos irão contar suas histórias e dar sugestões para resolver o problema.
Participantes
No evento, irão participar também a vice-secretária geral da ONU, Amina Mohammed, e duas antigas representantes especiais do secretário-geral sobre o tema, Margot Wallström e Zainab Hawa Bangura.
Discursarão também a promotora do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, a secretária de Estado da Noruega, Tone Skogen, e a ministra das Relações Exteriores e Cooperação da África do Sul, Naledi Pandor.
Importância
As Nações Unidas dizem que o mandato do Conselho de Segurança reconhece este tipo de violência “como uma ameaça à seguranca e um impedimento à paz sustentável e inclusiva.”
Desde a sua aprovação, “poucos temas ganharam tanto a consciência coletiva e energizaram a comunidade internacional como estupros como armas de guerra e a estigmatização dos sobreviventes, num clima de impunidade.”
Segundo a organização, na última década, aumentou a ação nesta área, levando a um progresso institucional e operacional. Agora, a ONU diz que este aniversario “é uma oportunidade para avaliar os fatores que permitiram esses progressos e pensar uma nova década de esforços.”