Ao comentar protestos, Guterres diz que líderes políticos devem ouvir o povo
Chefe da ONU está “profundamente preocupado” com onda de manifestações que vão do Oriente Médio à América Latina, da Europa à África e à Ásia; para ele, políticos precisam demonstrar que “entenderam” recado e promoverem um “mundo mais justo”, e manifestantes devem seguir exemplo “da não-violência” como Gandhi e Martin Luther King.
As Nações Unidas comentaram os protestos de rua que estão ocorrendo em várias partes do mundo e pediram que os líderes internacionais “ouçam os problemas reais de pessoas reais”.
Num encontro com correspondentes na sede da ONU, em Nova Iorque, o secretário-geral António Guterres comentou a onda de manifestações que ocorrem do Oriente Médio à América Latina, da Europa à Ásia e à África.
Corrupção
Para Guterres, apesar de cada situação ser única, existem semelhanças nas reivindicações daqueles que saem às ruas. Alguns insatisfeitos com o aumento do custo de vida, outros protestaram contra desigualdades, e “sistemas financeiros que beneficiam elites”.
Em alguns casos, o povo reage contra a corrupção e as várias formas de discriminação, mas qualquer que seja o motivo, os protestos devem levar a uma reflexão e resposta de todos.
O chefe da ONU acredita que líderes em todo o mundo devem demonstrar que “entenderam o recado” e apontarem a direção de um mundo mais justo.
Ele disse ainda que está claro que existe uma falta crescente de confiança entre as pessoas e as estruturas políticas.
Guterres afirmou que cidadãos incluindo os que não estão nas ruas querem um sistema econômico, financeiro e social que funcione para todos.
Decisões
Além disso, eles querem que os direitos humanos sejam respeitados e que sejam ouvidos em decisões que vão afetar suas vidas.
O chefe da ONU disse ainda que os governos têm obrigação de defender a liberdade de expressão e o direito à reunião pacífica e ao espaço cívico.
Ele foi claro ao dizer que as forças de segurança têm que exercer moderação máxima com base nos padrões internacionais de direitos humanos.
Ele também pediu a todos os manifestantes que sigam o exemplo de Mahatma Gandhi e de Martin Luther King e outros líderes que aplicaram o princípio da mudança pela não-violência.
Políticas inteligentes
Guterres afirma que não existe desculpa para a violência vinda de quem vier.
O secretário-geral acredita que o mundo precisa de ação e ousadia para construir uma globalização justa, criar coesão social e combater a mudança climática.