Agência da ONU comemora redução do buraco na camada de ozônio na Antártida BR

Organização Mundial de Meteorologia, OMM, diz que entre início de setembro e meados de outubro, deste ano, o buraco que poderia chegar até 21 milhões de km2, media 16,4 milhões de km2; cientistas acreditam que “aquecimento estratosférico” pode ser motivo; recuperação total da camada de ozônio nessa região pode ocorrer até 2060.
Em 2019, o buraco que se formou na camada de ozônio sobre a Antártida foi o menor já registrado desde a descoberta do mesmo.
Os cientistas da Nasa, a Agência Espacial Americana, e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, explicam que o buraco da camada de ozônio, no Hemisfério Sul, se expande ao longo de setembro e meados de outubro.
O aumento pode chegar, nessa época, a 21 milhões de km2, o equivalente a uma área maior que Estados Unidos e Canadá juntos.
Mas este ano, as medições mudaram. O buraco na camada de ozônio, em 8 de setembro, registrava 16,4 milhões de km². Em meados deste mês, o tamanho era menor que 10 milhões de km².
O cientista-chefe de Ciências da Terra do Centro de Vôo Espacial Goddard da Nasa, Paul Newman, acredita que a notícia é ótima para o Hemisfério Sul. Mas ele chama a atenção para “temperaturas estratosféricas mais quentes”, com influência sobre o resultado.
De acordo com Newman, isso “não é um sinal de que o ozônio atmosférico esteja subitamente num caminho rápido para a recuperação.”
A recuperação, a longo prazo, da camada de ozônio está em andamento, mas ainda deve levar anos, segundo a revisão quadrienal de 2018 do Painel de Avaliação Científica do Protocolo de Montreal, que controla as substâncias que destroem a camada de ozônio.
A previsão é de que a camada do Hemisfério Norte e de latitude média se recupere completamente até a década de 2030.
De acordo com o relatório, no Hemisfério Sul isso deve ocorrer até a década de 2050 e na Antártida até a de 2060.
A Organização Mundial de Meteorologia, OMM, é uma das colaboradoras da Avaliação Científica e suas estações de monitoramento de ozônio da rede da Global Atmosphere Watch.
Os cientistas explicam que um evento climático fora do normal, ou um súbito aquecimento estratosférico, interrompeu a circulação na estratosfera polar no início de setembro, quando o buraco no ozônio estava começando a se formar.
O calor na estratosfera reduz a formação de nuvens polares estratosféricas, que são um elo crítico na rede de eventos que levam ao buraco de ozônio.
É a terceira vez nos últimos 40 anos que os sistemas climáticos causam temperaturas quentes que limitam a diminuição do ozônio. Padrões climáticos semelhantes na estratosfera antártica em setembro de 1988 e 2002 também produziram buracos de ozônio atipicamente pequenos.
Não há conexão identificada entre a ocorrência desses padrões únicos e as mudanças no clima.