Assembleia Geral da ONU debate avanços na cooperação com África
Sessão abordou impacto de agendas de desenvolvimento; na próxima década região precisa aumentar 11% do Produto Interno Bruto por ano para conter déficit de financiamento.
África foi destaque de uma sessão da Assembleia Geral da ONU que esta terça-feira abordou a Nova Parceria para o Desenvolvimento, as causas de conflitos regionais. a promoção de paz duradoura e a década para fazer recuar a malária.
O presidente do órgão, Tijjani Muhammad-Bande, disse que todos, em qualquer lugar, ganham assegurando o desenvolvimento sustentável e a segurança no continente. Ele defendeu um esforço conjunto para que essas metas sejam atingidas.
Agricultura
Muhammad-Bande disse que a parceria entre a ONU e a recém-criada Agência de Desenvolvimento da União Africana permitiu um grande progresso em várias áreas, especialmente a agricultura e a segurança alimentar.
Mais de 40 nações executam o Programa de Abrangente de Desenvolvimento Agrícola em África. Uma dessas iniciativas pretende aumentar o acesso das mulheres ao treinamento formal e não-formal no setor agroalimentar.
O presidente da Assembleia Geral apontou a eliminação da malária no continente como um dos maiores desafios. Outra meta é garantir o progresso nas Agendas 2030 e 2063, que devem ter por base o financiamento ao desenvolvimento.
Para o representante, durante a próxima década África precisa aumentar o Produto Interno Bruto, PIB, 11% a cada ano para diminuir o déficit de financiamento.
Mobilização
Ele destacou que a relação entre a arrecadação de impostos no continente e o rendimento por pessoa é menor que 16%, o que precisa de uma mobilização eficiente e eficaz de recursos domésticos para cobrir esse déficit.
Mohammad-Bande elogiou os países africanos pelos avanços para cobrir essa lacuna com a criação da maior área de livre comércio continental, com mercado de 1,2 milhão de pessoas e um PIB de US$ 2,5 trilhões.
Para o presidente da Assembleia Geral, a cooperação entre a União Africana e as Nações Unidas é crucial para alcançar a paz e a segurança do continente. As duas partes colaboram na iniciativa regional “Silenciar as armas na África até 2020”.
Ele pediu apoio para os esforços para melhorar os ganhos de paz e segurança com destaque para o extremo oriental do continente e o Sahel. Outros desafios são melhorar as capacidades para lidar com questões sobre paz e segurança além-fronteiras.