Angola junta-se a outros nove países africanos em reforço de ação contra ebola
Ministros da Saúde de 10 países africanos querem aumentar preparação e resposta à doença após surto na República Democrática do Congo; desde agosto de 2018, a infecção matou mais de 2,1 mil pessoas.
Uma reunião regional criou a Força de Intervenção Africana de Coordenação do Ebola. A sede será em Addis Abeba, na Etiópia.
Angola, Burundi, República Centro-Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Ruanda, Sudão do Sul, Uganda, Tanzânia e Zâmbia integram o grupo.
Reunião
No encontro realizado em Goma, RD Congo, os titulares do setor da Saúde do continente africano decidiram que o novo organismo deverá atuar junto ao Secretariado da União Africana.
As atividades da força de intervenção para combater surtos serão apoiadas pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças, Cdc, pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e outros parceiros.
A nova instituição fará a supervisão política usando a capacidade técnica da agência da ONU para atuar em surtos. Os ministros da Saúde também devem cooperar para lidar com casos de ebola nas fronteira, fazer a vigilância nos laboratórios, o rastreamento e o monitoramento de pessoas que tiveram contato com pacientes.
A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, disse que as doenças não respeitam as fronteiras e que “o atual surto na República Democrática do Congo revelou a importância da colaboração”.
Regulamento
A expectativa é que essa cooperação melhore a troca de informações sobre surtos e emergências devido a doenças, como prevê o Regulamento Sanitário Internacional de 2005.
Os dados mais recentes sobre o ebola no território congolês apontam para a confirmação de 3.114 casos e 2.123 mortos pela doença, desde agosto do ano passado.
Moeti destacou que “ultimamente, o ebola tem sido o centro das atenções”, mas chamou a atenção para outras doenças também representam uma ameaça significativa na região.
Colaboração
Para ela, estas infecções revelam como é importante uma colaboração nas fronteiras para melhorar a troca e o intercâmbio de dados para conter rapidamente surtos. Outros objetivos são coordenar recursos e evitar que doenças atravessem fronteiras.
A representante advertiu sobre o risco de transmissão de agentes causadores do ébola, da cólera, do sarampo e da febre-amarela com o movimento de pessoas, bens e serviços pelos limites entre países.