Geir Pedersen disse ao governo sírio que Nações Unidas estão “extremamente alarmadas” com as consequências humanitárias da ação militar em curso; discussões incluíram lançamento do Comitê Constitucional sobre a Síria.
O enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Síria pediu esta quarta-feira o fim imediato de confrontos na fronteira do país com a Turquia, na sequência das ações militares das forças turcas.
As declarações de Geir Pedersen foram feitas a jornalistas, em Damasco, após um encontro realizado com o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros e Expatriados, Walid al-Muallem.
Consequências
O enviado disse que o foco da conversa foi a situação no nordeste sobre a qual as Nações Unidas estão “extremamente alarmadas” com as consequências humanitárias, as mortes e os mais de 160 mil deslocados.
Pedersen ressaltou que “existe apenas uma solução política para a crise no nordeste”, tendo apelado a todas as partes que participem nesses esforços.
O lançamento do Comitê Constitucional sobre a Síria também esteve na agenda das discussões, que segundo Pedersen foram “bastante detalhadas”. O enviado da ONU disse ter falado de avanços para o lançamento desse comitê até o final deste mês.
Nova Constituição
O representante considerou “muito boas” as conversas tidas com as autoridades de Damasco e representantes da oposição na cidade saudita de Riade. A expectativa é que o comitê seja “uma porta” para um processo político mais amplo no país em guerra desde 2011.
De acordo com as previsões, a primeira reunião do Comitê Constitucional sobre a Síria deve ocorrer em Genebra no dia 30 de outubro. As Nações Unidas apoiam a formação do grupo de 150 membros “organizados e liderados pelos sírios” que deverá elaborar uma nova Constituição.
A seleção dos integrantes deve sair da eleição de 50 pessoas pelo governo, 50 pela oposição e outras 50 pela ONU, para que esteja representada a sociedade civil síria.