OMS elogia sucesso no combate ao ebola, mas diz que não é hora de baixar a guarda
Número de novas infeções na República Democrática do Congo continua a cair; desde que o surto foi declarado em agosto de 2018, mais de 2,1 mil pessoas morreram, entre elas 160 profissionais de saúde.
O combate contra a epidemia de ebola na República Democrática do Congo, RD Congo, está a ser bem-sucedido, mas “o surto ainda não acabou.”
A informação foi confirmada pelo diretor executivo do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde, OMS. Falando a jornalistas em Genebra, Michael Ryan disse que "agora é preciso matar o vírus."
Dr Didier Mwesha is a @WHO infection prevention & control expert on the frontlines of this 10th #Ebola outbreak in #DRC. He's witnessed great improvements over the past year—infections linked to hospital stays in Butembo area have dropped from 40% to 15%.➡️https://t.co/P8yrjvUXxM pic.twitter.com/pwDOIXHycn
WHOAFRO
Descida
Na semana entre 30 de setembro e 6 de outubro, foram confirmados apenas 14 novos casos, seis a menos que há uma semana, nas províncias de Kivu Norte e Ituri.
Os números baixam desde meados de setembro, quando foram notificados 51 casos numa semana. No pico do surto, em abril desse ano, mais de 120 pessoas contraíam o vírus semanalmente.
Michael Ryan, que liderou a campanha da agência na RD Congo, disse que "as melhorias necessárias demoraram muito tempo a acontecer." Segundo ele, "não havia soluções mágicas, foi um trabalho diário, aprendendo a fazer melhor vigilância, envolvendo melhor as comunidades, vacinando mais pessoas."
Desde que o surto foi declarado em agosto do ano passado, morreram mais de 2,1 mil pessoas, incluindo 160 profissionais de saúde. Cerca de mil congoleses sobreviveram.
Mudança
O especialista da OMS informou que “é impossível prever para onde o surto irá em seguida, mas está contido numa área geográfica muito menor.” Também se concentra agora em áreas rurais, afastadas das grandes cidades, onde o perigo de propagação é maior.
O representante da OMS destacou a cooperação com as autoridades nacionais e disse que o governo negocia com grupos armados o acesso a áreas de difícil acesso.
Segundo ele, também aumentou a confiança das comunidades nos profissionais de saúde. Os moradores estão buscando tratamento em maior número e de forma mais atempada, reduzindo os riscos de contágio.
Essa mudança tem impacto na taxa de sobrevivência. Embora o vírus mate, em média, 67% de todas as pessoas que são contaminadas, dentro das unidades de tratamento cerca de 30% dos infetados ainda perdem a vida.
Encontro
Segundo a OMS, algumas pessoas foram testadas para o vírus na Tanzânia, mas os resultados foram negativos. No momento, também não existem informações sobre o ebola em outros países.
Esta quinta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, convoca uma reunião do Comitê Internacional sobre o surto, em Genebra, para discutir a situação.