Unicef preocupado com situação de crianças em operação militar na Síria
Diretora executiva da agência alertou sobre consequências da ação da Turquia no nordeste da Síria; ONU anuncia visita de chefe humanitário a locais que apoiam sírios na fronteira entre os dois países.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirmou estar “extremamente preocupado” com a situação no nordeste da Síria. A declaração consta de uma nota emitida esta quinta-feira em Nova Iorque.
De acordo com agências de notícias, a Turquia confirmou o lançamento de uma “operação terrestre no leste do rio Eufrates” na quarta-feira. Os relatos mencionam que tropas turcas avançam para o norte da Síria.

Infraestrutura
A diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, pede a todos os envolvidos “que protejam as crianças e a infraestrutura civil da qual elas dependem, de acordo com os direitos humanos internacionais e o direito humanitário”.
O comunicado destaca ainda que é inaceitável o “uso de armas explosivas em áreas povoadas que causa danos às crianças”.
Fore destaca ainda que “uma intervenção militar no nordeste da Síria teria consequências dramáticas” para a entrega de assistência e proteção a milhares de crianças.
A chefe do Unicef reafirma que “a única solução para este conflito é através de ação política” e que todos os envolvidos devem evitar ao máximo o uso da força.
Chefe Humanitário
Ainda na quinta-feira, o subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, iniciou uma visita de dois dias à Turquia. Ele vai se encontrar com o governo turco, doadores, agências da ONU e ONGs.
Lowcock visitará um centro de apoio à educação, ao empoderamento das mulheres e psicossocial que apoia os sírios.
De acordo com a ONU, dos cerca de 5,6 milhões pessoas que fugiram da Síria desde o início da crise em 2011, mais de 3,6 milhões vivem na Turquia, que é atualmente o maior anfitrião dos refugiados sírios.

Contenção
Na terça-feira, o secretário-geral alertou para o potencial risco de quaisquer ações militares para os civis. Em nota emitida pelo seu porta-voz, António Guterres convidou todas as partes a exercerem o máximo de contenção.
Guterres enatizou que as populações e a infraestrutura civil precisam “ser sempre protegidos” assim como o acesso humanitário desimpedido, e seguro, permitindo as ações da ONU e parceiros humanitários no norte da Síria.