Passar para o conteúdo principal

Chefe da ONU soa alarme sobre “maior crise financeira” da organização em quase uma década BR

Secretariado da ONU em Nova Iorqueacolherá Cúpula dos Sistemas Alimentares, em setembro
ONU/Rick Bajornas
Secretariado da ONU em Nova Iorqueacolherá Cúpula dos Sistemas Alimentares, em setembro

Chefe da ONU soa alarme sobre “maior crise financeira” da organização em quase uma década

Assuntos da ONU

Secretário-geral apela à contribuição de países ao orçamento regular da organização; mais de um terço dos Estados-membros ainda não depositaram suas parcelas do orçamento regular.

A ONU informou esta terça-feira que corre o risco de esgotar suas reservas de liquidez até o fim deste mês.

A situação pode levar à falta de pagamento a funcionários e fornecedores, segundo uma nota do porta-voz da organização.

Secretário-geral diz que mais acesso à tecnologia não pode gerar divisões políticas e sociais.
António Guterres lembra que é obrigação dos Estados-membros contribuir para a ONU, e agradece aos 129 governos que já pagaram sua parte. Foto: Tass/ ONU DCG

Carta

O secretário-geral, António Guterres, enviou uma carta aos Estados-membros descrevendo a crise como “a pior vivida pelas Nações Unidas em quase uma década”. Ele reproduziu a mensagem aos funcionários da ONU.

Na comunicação, Guterres lembra que é obrigação dos Estados-membros contribuir para a ONU, e agradece aos 129 governos que já pagaram sua parte no  orçamento regular.

Para o secretário-geral, o depósito integral das obrigações dos países é a única maneira de evitar o “risco de prejudicar as operações em nível global”.

Guterres também pede que os governos abordem as causas da crise e cheguem a um acordo para uma base financeira sólida.

A organização informou que “apenas 70% dos países contribuíram para o orçamento operacional da ONU este ano”, em comparação com 78% do mesmo período do ano passado.   

Caixa

O porta-voz de Guterres contou que o Secretariado tomou várias medidas, desde o início deste ano, para remediar os efeitos da crise. Sem estas providências, o déficit em caixa poderia chegar a US$ 600 milhões este mês.

Segundo a ONU, a medida garantiu a realização do debate geral com líderes internacionais e as reuniões de alto nível, que estavam ameaçadas.  

O chefe da ONU está agora chamando a atenção para o risco de falta de fundos para cobrir salários e pagamentos de bens e serviços até o final de novembro. Para evitar a crise, os países em atraso com suas contribuições devem efetuar, de imediato, o pagamento.

Organização informou que apenas 70% dos países contribuíram para o orçamento operacional da ONU este ano”, em comparação com 78% do mesmo período do ano passado.  
Foto ONU/Cia Pak
Organização informou que apenas 70% dos países contribuíram para o orçamento operacional da ONU este ano”, em comparação com 78% do mesmo período do ano passado.  

Bens e Serviços

O secretário-geral pediu mais medidas imediatas aos governos, incluindo reduções nas viagens oficiais, adiamento de gastos com bens e serviços e suspensão de eventos agendados fora do período oficial de reuniões em postos de serviço da ONU.

A organização alerta que várias opções estão sendo examinadas como o adiamento de conferências e reuniões e revisão de serviços.

A questão de liquidez é “um problema recorrente” que segundo as Nações Unidas dificulta seriamente a capacidade do Secretariado de “cumprir suas obrigações com as pessoas que serve”.

Mandatos

Perante a situação, a prioridade será dada ao Trabalho com base na disponibilidade de dinheiro, o que “compromete a implementação dos mandatos atribuídos pelos órgãos intergovernamentais”.

A organização termina a nota manifestando a expectativa do secretário-geral que os países-membros da ONU resolvam as questões que estão na base da crise “sem mais adiamento”.