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ONU abre primeira conferência internacional sobre energia nuclear e mudança climática BR

De acordo com a Aiea, as usinas nucleares praticamente não emitem dióxido de carbono e outros poluentes
Foto: Noaa/OAR/Laboratório de Pesquisa Ambiental dos Grandes Lagos
De acordo com a Aiea, as usinas nucleares praticamente não emitem dióxido de carbono e outros poluentes

ONU abre primeira conferência internacional sobre energia nuclear e mudança climática

Clima e Meio Ambiente

Evento organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, busca promover intercâmbio de informações científicas; agência defende uso de energia nuclear para mitigar efeitos da mudança climática; essa é a segunda fonte de eletricidade com emissões mais baixa, após as hidrelétricas.

A mudança climática e a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa dificilmente serão atingidas sem um aumento no uso de energia nuclear.

A afirmação é do diretor-geral interino da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Cornel Feruta, que abriu a Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas e o Papel da Energia Nuclear.

O evento, em Viena, na Áustria, é o primeiro deste tipo e conta com 550 representantes de 79 países, organizações internacionais e agências da ONU.

Energia Nuclear

A reunião tem parceria da Agência de Energia Nuclear, NEA e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Ocde. O objetivo é transformá-la num fórum único para o intercâmbio de informações científicas e discussões objetivas sobre o papel da energia nuclear na mitigação das mudanças climáticas.

De acordo com a Aiea, as usinas nucleares praticamente não emitem dióxido de carbono e outros poluentes. Elas são a segunda fonte de eletricidade com emissões mais baixa, após as hidrelétricas.

Emissões

Atualmente, 30 países operam 449 reatores de energia nuclear em todo o mundo, gerando 10% da eletricidade e um terço de toda a eletricidade com baixo teor de carbono gerada no planeta.

Em termos de prevenção de emissões, isso equivale a tirar 400 milhões de carros das ruas todos os anos.

Segundo a Agência Internacional de Energia, cerca de 70% da eletricidade do mundo vêm da queima de combustíveis fósseis. Até 2050, prazo para se cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento das temperaturas globais acima dos níveis pré-industriais para bem abaixo de 2°C Celsius, cerca de 80% de toda a eletricidade precisarão ser de baixo carbono.

Transição

#Atoms4Climate conference serves as a unique forum for exchanging science-based info and conducting objective discussions on the role of #nuclear power in mitigating #ClimateChange. Follow live: https://t.co/Pe7GjmCXW8 pic.twitter.com/GB4amgN6J9

— International Atomic Energy Agency (@iaeaorg) October 7, 2019

O chefe da Aiea, Cornel Feruta, diz que "fazer essa transição será um grande desafio". Ele acredita que “os avanços que estão sendo feitos em vários países com relação ao descarte final de resíduos radioativos de alto nível podem ajudar a amenizar as preocupações do público sobre a sustentabilidade da energia nuclear a longo prazo".

Para o presidente da Conferência, o vice-diretor-geral da Aiea, Mikhail Chudakov, "o mundo precisa urgentemente de soluções para as mudanças climáticas." Para ele, "a energia nuclear já está dando uma contribuição importante e pode desempenhar um papel crescente no futuro."