Ex-ministra brasileira defende inclusão, jovens e tecnologia em evento sobre economia sustentável na ONU
Marina Silva foi convidada pelo Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, para integrar painel sobre economia verde, investimentos sociais e microcrédito; em entrevista à ONU News, ela disse que iniciativas locais ajudam na preservação de florestas e comunidades rurais; ex-senadora também defendeu mais liderança feminina na política e nos negócios.
O mundo precisa de mais inclusão, tecnologia e participação de jovens no processo de transição para uma economia verde.
A declaração foi dada à ONU News pela ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Sustentabilidade
Na semana passada, ela esteve nas Nações Unidas para participar de um evento sobre economia sustentável.
Marina Silva contou que os recursos sempre serão menores que os projetos, mas segundo ela com boas ideias, é mais fácil captar e obter financiamento.
“Se tivermos boas ideias conseguiremos os meios. Quando fui ministra do meio-ambiente com a ideia de que deveríamos combater estruturalmente o desmatamento, nós conseguimos fazer isso por 10 anos, diminuindo o desmatamento em 83%, evitando lançar 4 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera e criando mais de 20 milhões de hectares de unidades de conservação.”
O convite à Marina Silva para integrar o painel foi feito pelo economista Muhammad Yunus, de Bangladesh, que preside a iniciativa.
Em 2006, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz pela proposta de combate à pobreza através da concessão de microcréditos para famílias carentes.
Mulheres
Após a realização do painel, que ocorreu à margem do debate geral de líderes internacionais na ONU, Marina Silva destacou a importância da inclusão em todos os centros de decisão e disse que as mulheres fazem a diferença na política.
“As mulheres têm uma grande contribuição para dar na política neste momento de crise econômica, social e de valores, até porque as mulheres têm mais capacidade de mobilizar, de incluir as pessoas, de dividir e compartilhar a autoria daquilo que se faz, o reconhecimento, a realização. As mulheres têm uma forma inclusiva, só que elas têm competências, capacidades, mas não tem a mesma quantidade nos espaços, seja nas empresas, no poder público, na academia. Enfim, as mulheres têm a liderança e a proatividade neste início de século para enfrentar os problemas da mudança climática, da crise econômica, da crise social e da crise ambiental.”
ODSs
Pela primeira vez desde a aprovação da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, líderes internacionais fizeram um balanço sobre a implementação dos 17 Objetivos em seus países.
No fim do encontro de alto nível, eles emitiram uma declaração pedindo uma ação acelerada para cumprimento das metas dentro do prazo de 2030.