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Presidente de Portugal diz que mundo precisa das Nações Unidas mais que nunca

Marcelo Rebelo de Sousa pediu ainda que haja ainda um compromisso para a proteção de 30% dos mares
ONU/Cia Pak
Marcelo Rebelo de Sousa pediu ainda que haja ainda um compromisso para a proteção de 30% dos mares

Presidente de Portugal diz que mundo precisa das Nações Unidas mais que nunca

Assuntos da ONU

Marcelo Rebelo de Sousa discursou durante o debate de alto-nível da 74ª sessão da Assembleia Geral; chefe de Estado reafirmou apoio a prioridades do secretário-geral e destacou desafios ao multilateralismo.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, discursou esta terça-feira no primeiro dia do debate de alto nível da 74ª sessão da Assembleia Geral.

Em Nova Iorque, o chefe de Estado afirmou que o mundo “precisa de mais, não menos, Nações Unidas.”

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Secretário-geral

Rebelo de Sousa disse que “Portugal saúda e reafirma o apoio a todas as prioridades” que o secretário-geral, António Guterres, tem “perseguido no seu lúcido, dinâmico e determinado mandato.”

“E também a reforma do sistema das Nações Unidas, apoiada em efetiva sustentação financeira, a prevenção dos conflitos no quadro da cooperação para o desenvolvimento, a manutenção da paz, os direitos humanos, em particular das crianças, dos jovens e das mulheres, a preocupação com as migrações e os refugiados, e, sempre, a Agenda 2030.”

Íntegra do discurso do presidente de Portugal nas Nações Unidas

Multilateralismo

O presidente afirmou que, num momento em que as Nações Unidas se preparam para celebrar 75 anos, “é preciso parar e pensar nas lições”.

“Vale a pena pensar que tem sentido lutar por mais direito internacional, para ajudar a reger relações entre Estados e povos, por limitado que seja, por vezes, o seu alcance. Que vale a pena lutar por organizações internacionais que ajudem a resolver problemas que são de todos, não são só de alguns Estados. Vale a pena lutar por um papel político e não só técnico dessas organizações.”

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa discursou no Encontro de Cúpula sobre Ação Climática, que acontece na sede da ONU.
ONU News
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa discursou no Encontro de Cúpula sobre Ação Climática, que acontece na sede da ONU.

Migração e paz

O presidente português mencionou depois o trabalho de Portugal na área da migração e refugiados.

“Como país de migrantes, desde que nascemos há quase nove séculos, temos muitos dos nossos melhores espalhados pelo mundo, construindo os países de acolhimento, acolhemos os que nos chegam, combatendo xenofobias e intolerâncias. Temos por prioritária a educação, como o demonstra a Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios, iniciativa do Presidente Jorge Sampaio. E defendemos o desenvolvimento inclusivo e sustentável nos países de origem, como fator decisivo para prevenir e extirpar terrorismo, radicalização e tráfico de seres humanos e salvaguardar a paz e os direitos das pessoas e das comunidades.”

Sobre a parceria com as Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “Portugal orgulha-se da sua participação em oito operações de manutenção da paz, seis das quais em África.”

Segundo ele, o país também se orgulha da organização, em Lisboa, em conjunto com o Quénia, da Conferência dos Oceanos, em junho de 2020, e do lançamento do Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050.

Desafios

Nesse momento, Rebelo de Sousa disse que o mundo se depara com sinais, globais e regionais, de sentido oposto, uns preocupantes outros favoráveis.

Entre os sinais preocupantes, ele destacou a subida de tensões na cena internacional, a corrida à guerra comercial e a corrida aos armamentos. Também referiu os conflitos no Iêmen, Síria, Líbia e Sahel.

O presidente de Portugal também destacou o aumento da colaboração entre a ONU e a União Africana, anunciando que o país está disponível para organizar a próxima reunião de líderes entre União Europeia, UE, e União Africana durante a sua próxima presidência do Conselho da UE.

Rebelo de Sousa terminou o discurso dizendo que, 75 anos depois da sua fundação, o mundo “continua acreditando nas Nações Unidas.”

Segundo ele, “apenas aqueles que não conhecem a história e, por isso, não se importam de repetir os erros do passado, podem minimizar ou relativizar o papel das Nações Unidas.”

Secretário-geral da ONU, António Guterres, com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa
ONU News
Secretário-geral da ONU, António Guterres, com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa

Encontro

O debate de alto-nível da Assembleia Geral começou esta terça-feira com um discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres.

O chefe da ONU disse que se está “vivendo num mundo de inquietudes.” Segundo ele, “muitas pessoas temem ser pisoteadas, frustradas, abandonadas, deixadas para trás.”

Discursou depois o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. O chefe de Estado disse que estava apresentando “um novo Brasil”. Ainda esta terça-feira, discursou o presidente de Angola, João Lourenço.