Peritos em África trabalham na padronização de dados e saúde digital em oito países incluindo a Guiné-Bissau; Reunião de três dias é promovida pela agência da ONU às vésperas da Cimeira sobre Cobertura de Saúde Universal, que será realizada em Nova Iorque.*
Especialistas da Organização Mundial da Saúde, OMS, na região africana, estão reunidos em Bissau no encontro regional sobre inovações em dados e saúde digital que termina nesta sexta feira.
O Escritório Regional da OMS pretende fortalecer a análise, uso e acesso a dados de rotina das estruturas sanitárias para oito países francófonos e a Guiné-Bissau. A ideia é tornar mais robusto os sistemas de saúde nessas nações.
Reforço
Falando aos participantes sobre os bons resultados que a implementação desta abordagem produziu em alguns países africanos, o Representante Residente da OMS no país, Jean Marie Kipela disse que os desafios persistem apesar dos investimentos realizados.
“Muitos países continuam a enfrentar vários desafios nos sistemas de dados dos serviços de saúde, incluindo a baixa qualidade de dados, sistemas de saúde sem silos, grande sobrecarga de relatórios para os trabalhadores, capacidade limitada de analise e uso nas estruturas e regiões”.
Contexto
A reunião decorre enquanto os países africanos desdobram-se na elaboração de um novo ciclo de cooperação com a OMS, o que pressupõe ter sistemas de saúde mais resilientes e preparados para enfrentar os desafios atuais e melhorar a saúde das populações.
Para Jean Marie Kipela, o sucesso destas exigências passa pela recolha, análise, gestão e uso de dados de rotina nos centros de saúde e hospitais por forma a favorecer as tomadas de decisão em questões de saúde. Ele defende uma abordagem integrada bem-sucedida.
“É fundamental uma abordagem integrada bem-sucedida que implica incentivar os principais parceiros de saúde a alinharem os seus recursos financeiros e técnicos em torno da agenda comum de medição, prestação de contas e com a estratégia do Ministério da Saúde”.
Conceptualização
O responsável citou casos em que os sistemas de gestão de dados ligados a VIH, Tuberculose, imunização e vigilância de doenças epidémicas operam de forma isolada e não alinhada num sistema abrangente de dados.
Uma parceria da Health Data Collaborative permitiu à OMS desenvolver mecanismos de abordagens Integradas que incluem a padronização de dados comuns, uso de plataformas digitais baseadas em nuvem e o acesso a dados em tempo real.
Os dados de rotina sanitária são tidos como importante fonte de informação, cobrem as áreas de gestão de pacientes, utilização de serviços, cobertura de tratamento. Outras áreas são o planeamento e monitorização do desempenho e progresso nos cuidados primários de saúde.
Amatijane Candé, de Bissau para a ONU News