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Luanda abre Bienal para desenvolver cultura de paz em África

Participantes da Bienal de Luanda de 2019, no primeiro dia do evento
Unesco Angola
Participantes da Bienal de Luanda de 2019, no primeiro dia do evento

Luanda abre Bienal para desenvolver cultura de paz em África

Paz e segurança

Iniciativa reúne perto de dois mil participantes durante cinco dias em Angola; participantes no primeiro dia do evento incluem presidente de Angola, presidente da Comissão da União Africana, diretora-geral da Unesco e Prémio Nobel da Paz de 2018. *

 Começou esta quarta-feira na capital de Angola, Luanda, a Bienal da Cultura – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz. O evento termina no domingo, 22 de setembro.

A iniciativa é organizada pelo Ministério da Cultura angolano, a Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e a União Africana.

Abertura

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O objetivo da Bienal é desenvolver uma cultura de paz, através de parcerias entre governos, sociedade civil, comunidade artística e científica, sector privado e organizações internacionais.

O presidente de Angola, João Lourenço, abriu o evento. Ele sublinhando que o “mundo globalizado” de hoje, onde se deve “tirar o melhor proveito da educação e cultura, fazendo com que a cultura africana conviva com as outras culturas do planeta.”

O presidente angolano também destacou “o papel importante dos jovens, que devem orientar o seu potencial para a cultura da paz e não para a violência”.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também discursaram na abertura da Bienal.

Em sua intervenção, Audrey Azoulay destacou a importância de consolidar o sistema educativo africano. A representante também mencionou a importância da educação das mulheres, da liberdade de imprensa, da resiliência às alterações climáticas e da proteção dos refugiados.

Começa a Bienal de Luanda, o Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz

Paz

Após a abertura, o primeiro discurso esteve a cargo do Prémio Nobel da Paz de 2018, o médico Denis Mukwege. O congolês afirmou que “a paz duradoura não é possível sem justiça.”

Em nota, o coordenador residente da ONU em Angola, Paolo Balladelli, disse que “a melhor forma de consolidar a paz e prevenir a violência é trabalhar para o desenvolvimento sustentável.”

Para Balladelli, é preciso “construir uma cultura de tolerância, erradicar a pobreza, melhorar as oportunidades de formação profissional e de trabalho para os jovens.”

Encontro

No evento são esperados 800 delegados de vários países, que vão juntar-se a outros mil participantes nacionais. Além de 12 países africanos, participam Estados como Brasil, Portugal e Itália.

A Bienal está organizada em torno de três eixos: Fórum dos Parceiros, Fórum de Ideias e Festival de Culturas.

No primeiro dia, o Museu Nacional de História Militar também recebeu a abertura do Festival de Culturas e a primeira sessão do Fórum Parceiros, com o tema "Movimento de múltiplas partes interessadas para construir a paz e o desenvolvimento em África".

O objetivo da Bienal é contribuir para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs. Também está alinhada com a Agenda 2063 da União Africana, em particular os projetos “Agenda para a Paz” e “Silenciar as Armas até 2020”.

A Bienal também faz parte da estratégia operacional da Unesco 2014-2021, que pretende fornecer “respostas africanas às transformações que afetam as economias e sociedades africanas”.

 

*Com informações da ONU Angola