Vítimas de desnutrição aguda aumentam no Sudão do Sul
Avaliação sobre estado da emergência alimentar revela subida de 3% em um ano; situação é causada por altos níveis de insegurança alimentar, hábitos de alimentação de bebês e crianças pequenas.
Agências das Nações Unidas alertaram que pelo menos 1,3 milhão de crianças com menos de cinco anos enfrentarão desnutrição aguda no Sudão do Sul em 2020.
A previsão faz parte de um relatório que apresenta a situação da emergência alimentar divulgado na quarta-feira em Juba, em parceria com o Governo do Sudão do Sul.

Crianças
O mais novo país do mundo teve uma subida no nível de desnutrição aguda entre crianças dos 13% de 2018 para 16% este ano. Estes números estão acima do limite, de acordo com a mais recente Classificação Integrada de Fase de Segurança Alimentar, conhecida por IPC.
O estudo envolveu o Governo do Sudão do Sul, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA.
As razões para as altas taxas de desnutrição aguda são altos níveis de insegurança alimentar, maus hábitos alimentares para bebês e crianças pequenas. Outra razão é o alto número de pessoas que adoecem devido aos fracos sistemas de saúde.
Complexidade
Para o representante do Unicef no Sudão do Sul, Mohamed Ag Ayoya, o aumento da desnutrição aguda em crianças revela a complexidade da questão, mas também como é pouco o tempo para a reconstrução e destruição.
Para ele, essa situação exige uma mudança de paradigma, colocando a prevenção em primeiro lugar, antes de se aumentar o tratamento.
Um comboio transportando produtos para combater a desnutrição aguda foi enviado às regiões do Grande Nilo e do antigo estado de Warrap.
O relatório destaca ainda que mais da metade dos cerca de 13 milhões de sul-sudaneses ainda enfrenta grave escassez de alimentos apesar da leve melhora na situação de segurança alimentar.
