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OMS cria petição online em apoio à cobertura universal de saúde

Ebola já infetou um total de 3.091 pessoas e 2.074 mortos desde o início do surto em agosto do ano passado em território congolês.
Foto ONU: Martine Perret
Ebola já infetou um total de 3.091 pessoas e 2.074 mortos desde o início do surto em agosto do ano passado em território congolês.

OMS cria petição online em apoio à cobertura universal de saúde

Saúde

Meta é assegurar acesso global aos serviços necessários nesse setor sem que haja dificuldades financeiras; agência da ONU destaca que gastos diretos com saúde empurram cerca de 100 milhões de pessoas à extrema pobreza por ano.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou a petição online #HealthForAll, ou #SaudeParaTodos em português, para incentivar a participação global em prol do sucesso da cobertura universal de saúde.

Em nota, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, disse que preferir essa meta é uma escolha política e também uma opção econômica inteligente.

Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom, em Beni, Kivu Norte, República Democrática do Congo
Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom, em Beni, Kivu Norte, República Democrática do Congo, Monusco/Michael Ali

Dificuldades

De acordo com a agência, a cobertura universal de saúde significa que todas as pessoas tenham acesso aos serviços que precisam nesse setor, sem dificuldades financeiras. Atualmente, pelo menos metade dos habitantes do planeta não têm essa possibilidade.

A agência destaca ainda que cerca de 100 milhões de pessoas são empurradas à extrema pobreza a cada ano, devido aos gastos diretos com saúde. 

O representante pediu a todos os líderes que optem pela cobertura universal de saúde, começando por participar na reunião de alto nível sobre o tema, agendada para 23 de setembro em paralelo aos Debates de Alto Nível da 74ª Sessão da Assembleia Geral.

Tedros Ghebreyesus disse que quando os países investem na saúde, “estabelecem uma plataforma para ter ganhos de produtividade e crescimento econômico”. Segundo ele, quando as pessoas estão saudáveis, podem aprender, ganhar, trabalhar e criar. Os benefícios para empresas, economias, indivíduos, famílias, comunidades e países são enormes, considerou o representante.

Compromisso

O chefe da OMS destaca ainda o compromisso da agência em apoiar os países em seu caminho para a cobertura universal de saúde, por meio do auxílio estratégico e da assistência técnica.

Essas medidas serão reforçadas por iniciativas como o movimento global para construir sistemas de saúde mais fortes, o UHC2030, e a Parceria UHC que fornece conhecimento técnico, desenvolve capacidade e apoia o diálogo sobre políticas nos países.

Em 22 de setembro, ainda durante a Assembleia Geral em Nova Iorque, será realizada a passeata Walk the Talk, “uma celebração da saúde” em forma de caminhada, corrida, ou passeio pelo Central Park.

Problema 

O apelo do chefe da OMS foi feito na sequência da visita feita desde sexta-feira à República Democrática do Congo com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Ghebreyesus disse que ao analisar a resposta ao surto de ebola, recordou mais uma vez  que a doença é apenas um sintoma de um problema mais profundo: “quando as pessoas não têm acesso aos serviços de saúde, ou esses serviços são de baixa qualidade ou não atendem às suas necessidades, as doenças podem se espalhar e as pessoas podem perder a vida.”