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Em Kinshasa, Guterres promete que “Nações Unidas não abandonarão o povo congolês”

Secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa perante jornalistas em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
Monusco/Michael Ali
Secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa perante jornalistas em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.

Em Kinshasa, Guterres promete que “Nações Unidas não abandonarão o povo congolês”

Paz e segurança

Secretário-geral aponta “vento de esperança soprando sobre a RD Congo”; conferência coorganizada pela ONU vai abordar combate ao ebola e a questão de serviços básicos de saúde em novembro.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou esta segunda-feira que a organização continua o seu compromisso com a República Democrática do Congo, RD Congo, e “as Nações Unidas não abandonarão o povo congolês”.

As declarações foram feitas na capital do país Kinshasa, após um encontro com o presidente Félix Tshisekedi. Antes, Guterres passou dois dias na província oriental de Kivu do Norte, em contato com as partes envolvidas na estabilização e no combate ao surto de ebola.

Esperança

Guterres afirmou que as Nações Unidas não decepcionarão o povo congolês e que o “vento de esperança soprando sobre a RD Congo” deve ser aproveitado.

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O apelo feito à comunidade internacional é que apoie ao povo e ao governo congolês em relação às instituições, construindo um desenvolvimento sustentável e inclusivo e oferecendo segurança e respostas humanitárias eficientes.

Em relação ao combate ao surto de ebola, Guterres destacou o apelo que fez aos credores para que estes coloquem rapidamente os valores prometidos ao dispor do país para financiar as ações que agora contam com apenas 15%.

Em novembro, terá lugar uma conferência organizada pela ONU e a RD Congo. Para Guterres, essa reunião internacional “abordará não apenas o problema do ebola, mas principalmente a questão de serviços básicos de saúde”.

Segundo ele, deve haver uma capacidade de resposta simultânea e de maneira mais eficaz não somente ao ebola, mas também ao sarampo, à malária, à cólera e a todos os outros problemas básicos de saúde enfrentados pelos congoleses.

Momento

Para Guterres, vive-se um momento histórico para desenvolver instituições democráticas na RD Congo.

Quanto ao combate aos grupos armados, Guterres disse que a Missão das Nações Unidas na RD Congo, Monusco, reforçaria a capacidade de combater o grupo rebelde do ADF. Ele destacou que a ONU e o governo congolês concordaram em reforçar a cooperação entre a operação de paz e as Forças Armadas.

O chefe das Nações Unidas destacou ainda que é “enorme” o potencial de riqueza da RD Congo, que segundo ele “deve servir aos interesses do povo congolês e do campo humanitário”.

Guterres assegurou o trabalho conjunto com o Governo da RD Congo para que seja criado um novo relacionamento “normal” entre as duas partes, com uma equipe nacional das Nações Unidas atuando com o governo para o desenvolvimento e bem-estar do povo congolês.
 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, inspeciona armas entregues como parte dos esforços para desarmar e desmobilizar milícias na RD Congo.
ONU/Martine Perret
O secretário-geral da ONU, António Guterres, inspeciona armas entregues como parte dos esforços para desarmar e desmobilizar milícias na RD Congo.