Acnur apoia sobreviventes após novo naufrágio com dezenas de vítimas no Mediterrâneo

Cerca de 40 pessoas teriam morrido afogadas e outras 60 sobreviveram no mais recente incidente na costa da Líbia; número de mortes na travessia ao Mediterrâneo em 2019 ultrapassa 900.
Equipes da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, prestam assistência médica e humanitária aos sobreviventes durante as buscas para localizar dezenas de pessoas de um naufrágio que ocorreu esta terça-feira no mar Mediterrâneo.
Em nota, a agência estima que 40 pessoas teriam morrido afogadas no incidente que aconteceu na costa da Líbia. Cerca de 60 sobreviventes foram levados para a cidade costeira de Al-Khoms, situada a cerca de 100 quilômetros a leste de Trípoli.
40 more people reported lost off Libya. 900 have died in the Mediterranean in 2019. Capacity to save lives at sea has much decreased. This is what happens when the humanitarian act of rescue gets politicized. It is inhumane, immoral and illegal. https://t.co/6Kwg8JQsHw
RefugeesChief
O desastre levou a agência a renovar o pedido urgente por mais ação para salvar vidas. O enviado especial do Acnur para o Mediterrâneo Central, Vincent Cochetel, disse que não se deve simplesmente aceitar que essas tragédias sejam inevitáveis.
A agência participa na operação de resgate liderada pela Guarda Costeira da Líbia com a participação de pescadores locais.
Com a mais recente tragédia, estima-se que o número de pessoas que perderam a vida tentando atravessar o Mediterrâneo em 2019 ultrapasse os 900.
O naufrágio ocorre algumas semanas após o pior incidente isolado que ocorreu este ano na área, onde cerca de 150 pessoas perderam a vida.
O Acnur quer mais esforços para reduzir as mortes no mar, incluindo o retorno de navios de busca e salvamento dos Estados da União Europeia. Por isso, a agência pede “o levantamento das restrições legais e logísticas às operações de busca e salvamento de ONGs, tanto no mar quanto no ar”.
A nota destaca ainda que os “Estados costeiros devem facilitar, não impedir, esforços voluntários para reduzir as mortes no mar.”
Essas medidas devem estar em paralelo com o aumento dos locais de transferência e reassentamento desses países para tirar os refugiados da Líbia que estejam em perigo.
Ainda esta terça-feira, a vice-chefe do Acnur, Kelly Clements visitou a Líbia para avaliar as crescentes necessidades humanitárias do país do norte de África.
A representante pediu mais apoio aos afetados pela violência em curso, incluindo para refugiados e migrantes. Ela reiterou o apelo da agência pelo fim da detenção arbitrária das pessoas resgatadas no mar e seu retornado à Líbia.
O Acnur voltou a prometer que trabalhará com as autoridades líbias para que sejam criadas alternativas para mais de 4,8 mil refugiados e migrantes que agora estão em centros de detenção.