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África quer mais especialistas lusófonos para acelerar cumprimento de ODSs relacionados à saúde

 Diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, professor Paulo Ferrinho, ministra Magda Robalo  e o diretor executivo da Parceria de Estudos Clínicos Europeus e de Países em Desenvolvimento, Michael Makanga.
Arquivo pessoal
Diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, professor Paulo Ferrinho, ministra Magda Robalo e o diretor executivo da Parceria de Estudos Clínicos Europeus e de Países em Desenvolvimento, Michael Makanga.

África quer mais especialistas lusófonos para acelerar cumprimento de ODSs relacionados à saúde

Saúde

Importância de cooperação com Brasil e Portugal foi destacada pela vice-presidente da 69ª Sessão do Comitê Regional Africano da Organização Mundial de Saúde, Magda Robalo.

Ministros da Saúde dos países africanos de língua portuguesa abordaram o trabalho em curso para avançar em suas metas nacionais numa reunião onde também participaram instituições de pesquisa e desenvolvimento do Brasil.

O encontro informal entre as partes foi realizado em Brazzaville, na República do Congo, à margem do 69ª Sessão do Comitê Regional Africano da Organização Mundial de Saúde, OMS, realizada até esta sexta-feira.

Engajamento

A ministra da Saúde da Guiné-Bissau ocupa a vice-presidência do evento regional. Falando à ONU News, da capital congolesa, Magda Robalo disse que é visível o engajamento das autoridades da saúde desses países para garantir avanços em direção aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODSs.

Alta comissária da Guiné-Bissau para a Covid-19, Magda Robalo.

“Estamos empenhados em desenvolver uma massa crítica de peritos lusófonos, que aproveita aquilo que existe neste momento, do Brasil e de Portugal, para que nós possamos ter maiores apoios e que possamos trabalhar em rede, desenvolver a cooperação entre os países lusófonos e fazer progressos também nos nossos países.”

Durante a conversa, Robalo sublinhou que a cooperação dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, é essencial para que as nações lusófonas africanas possam atingir as metas globais nos próximos 11 anos.

“Para os países lusófonos, a agenda desta reunião foi largamente em linha com as nossas preocupações e objetivos. Sob a presidência de Cabo Verde, um encontro informal de países da Cplp e com as duas agências que apoiam tecnicamente o funcionamento de Rede de Saúde da Cplp, a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, para passar em revista algumas das iniciativas em curso e também ver como podemos acelerar a implementação do Plano Estratégico de Cooperação.”

Dificuldade

A ministra contou ainda que foi pedida alguma atenção da OMS a questões ligadas a especialistas de língua portuguesa que trabalhem no continente, onde seis dos 47 países-membros da agência da ONU têm este idioma como oficial.  

“Nós não deixamos de solicitar à OMS que preste uma atenção particular aos países de expressão portuguesa. Como sabe, o inglês e o francês dominam em termos de produção de documentos, e mesmo na disponibilidade de apoio técnico. Peritos de expressão portuguesa para apoiar os países lusófonos estão em número muito reduzido e acabamos tendo sempre uma dificuldade em mobilizar essa assistência técnica que a OMS proporciona, porque a maioria dos peritos são anglófonos ou francófonos.”

No evento anual da OMS, a diretora regional da agência para África, Matshidiso Moeti, a combinação dos esforços com governos, parceiros e outras entidades da ONU para se atingir a cobertura universal da saúde na região africana.