África quer mais especialistas lusófonos para acelerar cumprimento de ODSs relacionados à saúde
Importância de cooperação com Brasil e Portugal foi destacada pela vice-presidente da 69ª Sessão do Comitê Regional Africano da Organização Mundial de Saúde, Magda Robalo.
Ministros da Saúde dos países africanos de língua portuguesa abordaram o trabalho em curso para avançar em suas metas nacionais numa reunião onde também participaram instituições de pesquisa e desenvolvimento do Brasil.
O encontro informal entre as partes foi realizado em Brazzaville, na República do Congo, à margem do 69ª Sessão do Comitê Regional Africano da Organização Mundial de Saúde, OMS, realizada até esta sexta-feira.
Engajamento
A ministra da Saúde da Guiné-Bissau ocupa a vice-presidência do evento regional. Falando à ONU News, da capital congolesa, Magda Robalo disse que é visível o engajamento das autoridades da saúde desses países para garantir avanços em direção aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
“Estamos empenhados em desenvolver uma massa crítica de peritos lusófonos, que aproveita aquilo que existe neste momento, do Brasil e de Portugal, para que nós possamos ter maiores apoios e que possamos trabalhar em rede, desenvolver a cooperação entre os países lusófonos e fazer progressos também nos nossos países.”
Durante a conversa, Robalo sublinhou que a cooperação dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, é essencial para que as nações lusófonas africanas possam atingir as metas globais nos próximos 11 anos.
“Para os países lusófonos, a agenda desta reunião foi largamente em linha com as nossas preocupações e objetivos. Sob a presidência de Cabo Verde, um encontro informal de países da Cplp e com as duas agências que apoiam tecnicamente o funcionamento de Rede de Saúde da Cplp, a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, para passar em revista algumas das iniciativas em curso e também ver como podemos acelerar a implementação do Plano Estratégico de Cooperação.”
Dificuldade
A ministra contou ainda que foi pedida alguma atenção da OMS a questões ligadas a especialistas de língua portuguesa que trabalhem no continente, onde seis dos 47 países-membros da agência da ONU têm este idioma como oficial.
“Nós não deixamos de solicitar à OMS que preste uma atenção particular aos países de expressão portuguesa. Como sabe, o inglês e o francês dominam em termos de produção de documentos, e mesmo na disponibilidade de apoio técnico. Peritos de expressão portuguesa para apoiar os países lusófonos estão em número muito reduzido e acabamos tendo sempre uma dificuldade em mobilizar essa assistência técnica que a OMS proporciona, porque a maioria dos peritos são anglófonos ou francófonos.”
No evento anual da OMS, a diretora regional da agência para África, Matshidiso Moeti, a combinação dos esforços com governos, parceiros e outras entidades da ONU para se atingir a cobertura universal da saúde na região africana.