ONU quer acesso a cidade onde morreram 90 pessoas em ataques na Líbia BR

Mês de agosto marca retomada de combates em Murzuq; área sofreu ataques aéreos, lançamento de foguetes e confrontos diretos; Ocha aponta como prioridade a entrega de auxílio médico e alimentar.
Pelo menos 90 civis foram mortos e mais de 200 ficaram feridos este mês desde que aumentaram os confrontos na pequena cidade de Murzuq, um oásis no sudoeste da Líbia.
Cerca de metade das mortes ocorreram num ataque aéreo que atingiu a área há duas semanas, segundo o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha.
De acordo com o escritório, na região ocorrem ações como ataques aéreos, lançamento indiscriminado de foguetes e confrontos diretos na área que fazem vítimas em todos os lados.
No país, ocorrem confrontos entre o governo de Trípoli, reconhecido pela comunidade internacional, e as forças militares do leste, que são leais ao general Khalifa Haftar.
As Nações Unidas e outras agências humanitárias prestam assistência médica de emergência, distribuição alimentar, abrigos e artigos alimentares, mas o acesso continua difícil devido aos combates ativos. Muitas estradas estão danificadas ou bloqueadas, destaca o Ocha.
Em nota, o escritório pede a todas as partes envolvidas que garantam urgentemente as condições para o acesso humanitário seguro e desimpedido aos necessitados, e assegurem que os civis possam sair quando assim o desejarem.
Estima-se que mais de 6,4 mil pessoas tenham abandonado suas casas devido à violência em Murzuq, mas algumas famílias têm receio de deixar as áreas afetadas por medo de represálias.
De acordo com o Ocha, estas temem ser alvo de suspeitas de serem afiliados a forças adversárias se deixarem um bairro que seja controlado por um lado do conflito para a área de influência do outro.
O escritório alertou que as necessidades humanitárias crescem rapidamente em Marzuq, onde deverá ser dada prioridade à entrega de auxílio médico, alimentar, água e saneamento, tendas, cobertores e kits de higiene.
O Ocha lembra às partes que têm a obrigação de proteger os cidadãos e instalações civis em todos os momentos.
O escritório pediu mais fundos da comunidade doadora para o Plano de Resposta Humanitária de 2019, que requer US$ 202 milhões e foi financiado em 30%.