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Brasileiras contam sobre ação em Moçambique no pior desastre em décadas BR

A jornalista brasileira Natália Luz no centro de Moçambique acompanhando ações em prol das vítimas do ciclone Idai.
Arquivo pessoal
A jornalista brasileira Natália Luz no centro de Moçambique acompanhando ações em prol das vítimas do ciclone Idai.

Brasileiras contam sobre ação em Moçambique no pior desastre em décadas

Ajuda humanitária

Mulheres são foco do Dia Mundial de Assistência Humanitária; após cinco meses do ciclone Idai a jornalista Natália da Luz e a chefe do PMA Karin Manente revelam experiências no auxílio a milhares de vítimas.

A crise pós-ciclones em Moçambique foi uma das que mais mobilizou os Estados-membros das Nações Unidas e parceiros humanitários em 2019. Em meados de março, o país foi atingido pelo ciclone Idai, o pior desastre a abalar o sudeste da África em pelo menos duas décadas. Seis semanas depois, o ciclone Kenneth afetou o norte.

Neste Dia Mundial de Assistência Humanitária, celebrado em 19 de agosto, a ONU News ouviu a jornalista Natália da Luz, que conta qual foi o seu papel na cobertura da crise desde a assistência de emergência ao primeiro ciclone Idai. Ela foi a Moçambique para fazer a cobertura de  ações de emergência  do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa.

Coração

ONU News
Trabalho humanitário "é algo muito inspirador"

Cerca de 600 pessoas morreram no fenômeno natural que afetou mais de 1,8 milhão de moçambicanos quando passou pelo país. A brasileira também atuou no Haiti, cinco anos após o terremoto. Além do trabalho na ONU, Natália atuou em coberturas, de forma independente, em 13 países africanos. 

“Trabalhar como jornalista em situações de emergência humanitária é ter oportunidade de aprender, de ouvir, de oferecer minha contribuição não apenas como jornalista, mas também como cidadã. Compartilhar histórias que são muitas vezes negligenciadas é de extrema importância para tentar educar, combater estereótipos, mobilizar recursos, denunciar violações. Muitas dessas histórias apertam muito o coração, mas por outro lado, conviver e conhecer pessoas que cuidam da sua própria comunidade e do seu próprio país como missão de vida. Isso é algo muito inspirador. Trabalhando de forma independente ou para uma organização, eu tive a chance de conhecer pessoas incríveis que lutam pelo bem coletivo apesar de todas as adversidades, de todas as vulnerabilidades. E essa troca, em campo, com esses ativistas e com essas populações local que foi diretamente afetada por alguma situação de emergência humanitária, isso alimenta muito a minha esperança e é o que mais me fascina no meu trabalho.”

Ações de Recuperação

Uma das primeiras profissionais de socorro a ter contato com as vítimas do primeiro ciclone que passou por Moçambique foi a brasileira Karin Manente. A diretora do Programa Mundial de Alimentação, PMA, no país disse que cinco meses depois, as mulheres ainda têm prioridade nas ações de recuperação e reconstrução.

Emídio Josine - ONU News
Brasileira foi uma das primeiras pessoas a ajudar no pós-ciclone em Moçambique

Sociedade

 “Achamos que na nossa resposta é importante alavancar e colocar o papel da mulher na dianteira. Isso com base no fato do papel fundamental que elas têm na sociedade, e também na questão do combate à fome. Então, por exemplo, a nível de comunidades onde nos interagimos, nós trabalhamos com comunidades, seus líderes e com a nossa contraparte do governo para pôr as mulheres na dianteira.”

Além da assistência alimentar na área da região centro de Moçambique mulheres trabalharam como cuidados médicos, resgate de pessoas nas águas e distribuição e mobilização de auxílio.

O Dia Mundial de Assistência Humanitária homenageia especialmente as mulheres que estão entre os “trabalhadores humanitários de todo o mundo que arriscam as próprias vidas para ajudar a salvar e melhorar a vida de outras pessoas”.