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Aumento da violência no Iêmen preocupa chefe da ONU

Jovem em área bombardeada na cidade de Aden, no Iêmen
Pnud Iémen
Jovem em área bombardeada na cidade de Aden, no Iêmen

Aumento da violência no Iêmen preocupa chefe da ONU

Paz e segurança

Em nota emitida pelo seu porta voz, António Guterres fez apelo para que partes envolvidas cessem hostilidades; dezenas de civis foram mortos e feridos desde 8 de agosto, quando iniciaram combates na cidade de Aden.

O secretário-geral das Nações Unidas disse estar profundamente preocupado com os violentos confrontos dos últimos dias em Aden, no sul do Iêmen. Os confrontos teriam ocorrido inclusive nas proximidades do Palácio Presidencial e do aeroporto internacional. 

Em nota emitida pelo seu porta voz, António Guterres fez um apelo para que as partes envolvidas cessem as hostilidades e assegurem o cumprimento da lei internacional humanitária e da lei internacional dos direitos humanos.

De acordo com a ONU, o Iêmen vive a pior crise humanitária do mundo.
De acordo com a ONU, o Iêmen vive a pior crise humanitária do mundo. , by Foto: Ocha/Giles Clarke

Diálogo

O chefe da ONU pediu para que as partes se engajem num diálogo inclusivo para resolver suas diferenças e atender às preocupações legítimas de todos os iemenitas. Guterres enfatiza que o conflito no Iêmen só pode ser resolvido por meio de uma solução política.

De acordo com a ONU, dezenas de civis foram mortos e feridos desde o dia 8 de agosto, quando iniciaram os combates na cidade de Aden. Relatórios preliminares indicam que cerca de 40 pessoas foram mortas e 260 ficaram feridas.

Eid al-Adha

A coordenadora-residente da ONU no Iêmen, Lise Grande, disse em nota que "é de partir o coração que durante o Eid al-Adha, as famílias estejam lamentando a morte de seus entes queridos, ao invés de celebrar juntos em paz e harmonia.” Grande acrescentou que as Nações Unidas enviam “as mais profundas e sinceras condolências às famílias das pessoas que foram mortas e feridas”.

Segundo a representante, “organizações humanitárias estão no terreno e continuarão a operar.” Ela explicou que no momento, a principal preocupação é a de “enviar equipes médicas para resgatar os feridos.”  

Organizações Humanitárias

Relatos também indicam que civis estariam presos em suas casas e que estariam ficando sem comida e água. 

Grande destaca que "as famílias precisam ser capazes de se mover livremente e com segurança para garantir as coisas que precisam para sobreviver.” Ela pediu que as autoridades garantam “acesso sem restrições às organizações humanitárias” para que estas possam fornecer assistência. 


A ONU aponta que 34 organizações humanitárias estão atualmente em operação em Aden, atingindo mensalmente, uma média de 1,9 milhão de pessoas com ajuda alimentar e mais de 1,6 milhão com acesso a água potável. O porto de Aden é um dos principais pontos de entrada de mercadorias comerciais e humanitárias para o país.


O Iêmen vive atualmente a pior crise humanitária do mundo. Quase 80% da população total, 24,1 milhões de pessoas, requer alguma forma de assistência e proteção humanitária.