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Américas registram 2,9 mil casos de sarampo neste ano BR

O Unicef alerta que o sarampo é altamente contagioso, mais do que o Ebola, a tuberculose ou a gripe.
Unicef/ UN066747/Rich
O Unicef alerta que o sarampo é altamente contagioso, mais do que o Ebola, a tuberculose ou a gripe.

Américas registram 2,9 mil casos de sarampo neste ano

Saúde

Opas recomenda vacinação de viajantes internacionais; Brasil é o segundo país na região que apresentou maior número de casos no período avaliado.

A região das Américas confirmou 2.927 casos de sarampo neste ano. Os dados são da mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, com dados fechados na quarta-feira, 7 de agosto.

Entre 1 janeiro e 27 de julho, a doença foi identificada em 14 países. A maior proporção foi registrada nos Estados Unidos, com 1.172 casos, seguida do Brasil com 1.045 e da Venezuela, com 417.

Vacinação contra o sarampo é essencial para evitar casos
Vacinação contra o sarampo é essencial para evitar casos , by Foto: OMS/Opas

Incidência

As demais ocorrências foram reportadas por Argentina com cinco, Bahamas com um, Canadá com 82, Chile com quatro, Colômbia com 175, Costa Rica com 10, Cuba com um, Curaçao com um, México com três, Peru com dois e Uruguai com nove casos.

A incidência atual do sarampo é 70% maior do que a registrada em 18 de junho passado, data em que a atualização epidemiológica anterior foi publicada.

Controle

Para controlar a propagação dessa doença, a Opas recomenda aos países das Américas que mantenham a cobertura vacinal da população-alvo em ao menos 95%, com duas doses da vacina, segundo calendário de imunização de cada país.

Outras recomendações incluem a manutenção de ações de vigilância epidemiológica, a prestação dos serviços de saúde e a comunicação efetiva nesse e em outros setores incluindo na comunidade. O objetivo é aumentar a imunidade da população e detectar e responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.

Viajantes Internacionais

Além disso, a agência também recomenda os países que orientem todos os viajantes internacionais, com idade a partir de 6 meses que não se vacinaram ou não possam comprovar a vacinação, a receberem as vacinas contra sarampo e rubéola. A vacina deve ser administrada pelo menos duas semanas antes da viagem para as áreas com transmissão de sarampo.

O organismo internacional ressalta ainda a importância de se vacinar populações em risco, como profissionais de saúde, pessoas que trabalham nas áreas de turismo e transporte e viajantes internacionais, assim como identificar fluxos migratórios do exterior e fluxos internos.

A Opas orienta que, durante surtos, seja estabelecido um manejo correto de casos para evitar a transmissão dentro de serviços de saúde, com um fluxo adequado de pacientes para salas de isolamento, evitando o contato com outros pacientes em salas de espera e/ou locais de internação.

Mundo


O sarampo é uma doença grave e altamente contagiosa causada por um vírus. A prevenção pode ser feita por uma vacina segura e eficaz, cujas doses devem ser administradas conforme o calendário nacional de vacinação de cada país.

Em 2018, quase 350 mil casos de sarampo foram registrados no mundo, mais do que o dobro do notificado em 2017. Globalmente, desde 2010, a cobertura de vacinação com três doses contra difteria, tétano e coqueluche, DTP3, e uma dose contra sarampo estagnou em torno de 86%.

Embora alto, o número não é suficiente. A OMS aponta que é necessária uma cobertura de 95%, em todo o mundo, entre países e comunidades, para proteger contra surtos de doenças evitáveis por imunização.

Brasil


Na terça-feira, dia 6 de agosto, o Ministério da Saúde do Brasil fez um alerta aos pais, mães e responsáveis que vão viajar com os filhos de seis meses a menores de um ano de idade para municípios em situação de surto ativo do sarampo no país.

A recomendação é que todas as crianças  nessa faixa etária sejam vacinadas contra a doença, no período mínimo de 15 dias, antes da data prevista para a viagem.

Além de proteger, a medida de segurança pretende interromper a cadeia de transmissão do vírus do sarampo no país. Atualmente, 43 cidades em três estados brasileiros, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, se mantém com surto ativo, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados da doença.

Vacinação

  • No Brasil, o esquema vacinal funciona da seguinte forma: crianças de 12 meses a menores de cinco anos de idade recebem uma dose da vacina aos 12 meses, a tríplice viral, e outra aos 15 meses de idade, a tetra viral. Em casos de surtos, recomenda-se a aplicação de uma dose em crianças de 6 até 11 meses. Já pessoas de cinco anos a 29 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente recebem duas doses da vacina tríplice viral. Adultos de 30 a 49 anos recebem uma dose da vacina tríplice viral.
  • Quem comprovar a vacinação contra o sarampo, tríplice viral, dupla viral ou tetraviral, conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.
  • O vírus do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou direto com secreções nasais ou da garganta. Entre os sintomas estão erupção cutânea, que é a vermelhidão na pele, febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos e tosse. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.
  • Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas para um centro de saúde imediatamente.
  • O vírus permanece ativo e contagioso, no ar ou em superfícies infectadas, por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas.
  • No Brasil, quando a pessoa for receber a vacina é importante levar junto o próprio cartão de vacinação e o das filhas ou filhos. Assim, os profissionais de saúde poderão ver se serão necessárias outras vacinas. Se a pessoa não tiver o cartão de vacinação, as vacinas também estarão disponíveis para ela. Mas é importante que se lembre de guardá-lo da próxima vez.
  • Às vezes, leve inchaço e vermelhidão podem ocorrer no local da injeção. Isso não deve ser motivo de preocupação e, normalmente, desaparece com compressas mornas e paracetamol.