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Insegurança alimentar afeta cerca de 5,5 milhões de pessoas das áreas rurais de Zimbábue BR

Fenômeno pode depois mover-se para os vizinhos Zimbabué e Botsuana
Foto: Unhcr/Zinyange Auntony
Fenômeno pode depois mover-se para os vizinhos Zimbabué e Botsuana

Insegurança alimentar afeta cerca de 5,5 milhões de pessoas das áreas rurais de Zimbábue

Ajuda humanitária

Mais de 3 milhões de pessoas deverão precisar de ajuda humanitária urgente entre outubro e dezembro de 2019; chefe do PMA diz que é preciso aumentar rapidamente esforços “para atender necessidades alimentares urgentes dos mais afetados pela crise econômica e pela seca.”  

Cerca de 5,5 milhões de pessoas nas áreas rurais do Zimbábue enfrentam insegurança alimentar. Destas, mais de 3 milhões, ou 38% da população rural, deverão precisar de ajuda humanitária urgente entre outubro e dezembro de 2019.

De acordo com as Nações Unidas, a vulnerabilidade urbana também está aumentando. O Ministério do Serviço Público, Trabalho e Bem-Estar Social estima que a insegurança alimentar atinja até 2,2 milhões de pessoas em áreas urbanas.

Apelo Humanitário

Durante o lançamento do Apelo Humanitário Revisado do Zimbabué, de janeiro de 2019 a abril de 2020, o governo, a ONU, a sociedade civil e os parceiros de desenvolvimento reforçaram o seu compromisso coletivo de responder as crescentes necessidades humanitárias das pessoas vulneráveis impactado negativamente por choques climáticos e econômicos.

Em apoio aos esforços do governo, o Apelo Humanitário Revisado do Zimbábue quer atender as necessidades humanitárias prioritárias multisetoriais de 3,7 milhões de pessoas vulneráveis com um total de US$ 331,5 milhões. O valor será aplicado no período entre julho de 2019 e abril de 2020.

O apelo foca no apoio prioritário para salvar vidas, visando as pessoas mais necessitadas, incluindo apoio humanitário das comunidades afetadas pelo ciclone.

Lançamento

O lançamento do apelo revisado foi organizado pelo Governo do Zimbabué e pelas Nações Unidas.

O diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos, PMA, David Beasley, que esta semana visita o país, disse que é preciso aumentar rapidamente os esforços “para atender às necessidades alimentares urgentes dos mais afetados pela crise econômica e pela seca.”  

Honoured to join @BishowParajuli, Local Gov't Minister July Moyo & Minister of Finance & Econ. Development Mthuli Ncube in this appeal. We're here to work w/ the gov't to pull together the leadership necessary to move forward.🇺🇳🇿🇼 pic.twitter.com/X0hwxKNr8L

— David Beasley (@WFPChief) August 6, 2019

Beasley destacou que, no entanto, também é preciso “trabalhar mais nos problemas de longo prazo, fortalecendo as comunidades cronicamente famintas, para que possam resistir melhor aos choques climáticos e outras emergências.”

Resposta

Em nota, o presidente do Zimbábue, Emmerson Manangagwa, disse que “acima de tudo, a estratégia de resposta do governo procura proteger e empoderar os vulneráveis, principalmente mulheres, crianças e meninas cuja perspectivas de educação não devem ser diminuídas pelo desdobramento do desafio humanitário.”

An inspiring day in the Chebvute area of Masvingo, Zimbabwe. The work here helps strengthen the wall of a dam, a @WFP project that helps gardens and orchards grow. As you can see, I wasn't doing the work right, and needed a little correction. 🇿🇼 pic.twitter.com/dbkVVSkqqs

— David Beasley (@WFPChief) August 6, 2019

O coordenador residente da ONU no país, Bishow Parajuli, reconhecendo os esforços feitos pelo governo para enfrentar os desafios humanitários enfrentados no país. Entre eles estão a resposta ao ciclone Idai, a situação atual de insegurança alimentar além de enfrentar os desafios macroeconômicos mediante a implementação do Programa de Estabilização Transitória.

Para ele, “enquanto esforços estão sendo empreendidos para abordar este conjunto de desafios extremamente complexos, há uma obrigação moral e uma urgência para a comunidade internacional em ajudar no apoio aos mais necessitados com assistência humanitária”.

Apoio

Com o apoio dos parceiros de desenvolvimento e os esforços conjuntos dos agentes humanitários, foram arrecadados US$ 133 milhões ou 45,5% das necessidades humanitárias prioritárias entre o período de janeiro a junho de 2019. Segundo a ONU, 2 milhões de mulheres, homens e crianças foram beneficiados.

Cerca de 1,2 milhão de pessoas tiveram acesso à ajuda alimentar, 400 mil receberam água limpa e saneamento seguro, 600 mil obtiveram serviços essenciais de saúde e 16 mil meninas e meninos se beneficiaram de serviços de proteção infantil.