Conferência debate futuro do trabalho na América Latina e Caribe BR

Evento que termina na quinta-feira discute necessidade de promover transformação e inovação na formação de talento humano; reunião com mais de 200 representantes pretende responder aos desafios do mundo laboral.
Os desafios para o futuro do trabalho na América Latina e Caribe e como adaptar os processos de formação profissional às novas necessidades do mercado laboral são temas da conferência que acontece até esta quinta-feira em Montevidéu, no Uruguai.
O evento é promovido pela a Organização Internacional do Trabalho, OIT, e o Centro Interamericano para o Desenvolvimento do Conhecimento na Formação Profissional, Cinterfor.
O encontro discute ainda a necessidade de promover a transformação e a inovação na formação de talento humano na região para responder aos desafios presentes e futuros do mundo do trabalho.
Na 44ª Reunião da Comissão Técnica da OIT/Cinterfor participam as principais instituições de formação profissional da América Latina e Caribe. A expectativa é de que o evento reúna mais de 200 representantes de 50 instituições de 20 países para debates, trocas de experiências e identificação de oportunidades de colaboração.
Para o diretor da OIT/Cintefor, Enrique Deibe, “nunca antes a formação profissional ocupou um lugar tão proeminente.” Ele acredita que a formação profissional se tornou uma peça-chave tanto para enfrentar os desafios futuros, como para resolver questões estruturais presentes nos mercados de trabalho.
Um relatório elaborado pela OIT/Cinterfor para a reunião destacou que, embora exista uma vasta experiência em matéria de formação profissional na região, novos desafios relacionados ao futuro do trabalho tornam imperativo que “a mudança e a inovação sejam consideradas entre os mandatos mais importantes da região”.
Um desses desafios é abordar a “lacuna de habilidades” existente na América Latina e Caribe, que se manifesta não apenas pelos desajustes atuais entre oferta e demanda no mercado de trabalho, mas também pela “pronta desatualização das competências” como resultado das rápidas transformações verificadas no mundo do trabalho.
Deibe destacou que “nos tempos atuais, as instituições de formação profissional são desafiadas, não apenas a responder rápida e efetivamente às demandas existentes, mas também a ter mecanismos para antecipar demandas.”
Isso incluiria a necessidade de apoiar a existência de qualificações mais apropriadas para responder aos desafios do futuro do trabalho e a requalificação de trabalhadores e trabalhadoras, que permitam manter a inserção das pessoas nos mercados de trabalho por meio de iniciativas de aprendizagem permanente e de educação ao longo da vida.
Deibe apontou ainda que será necessário agir de forma rápida para fazer frente a um futuro que demandará capacidades de treinamento para atender a “muitos empregos que ainda não existem”.
Ele antecipou que a reunião de Montevidéu permitirá também promover um intercâmbio de experiências internacionais, compartilhar informação sobre novas metodologias de aprendizagem e de formação, além de novas práticas pedagógicas.
Na América Latina e no Caribe, existem cerca de 10,1 mil centros de formação profissional. Embora o número seja relevante, as instituições responsáveis enfrentam o desafio de melhorar a cobertura, para chegar a locais de difícil acesso, diversificar a oferta e melhorar a qualidade do conhecimento transmitido.
Ao mesmo tempo, é importante salientar que as instituições de formação profissional devem desempenhar um papel de liderança para abordar desafios como o de promover maior equidade nos mercados de trabalho e de maior igualdade de gênero.
Entre os objetivos estão abordar o desafio do aumento da imigração e melhorar as oportunidades dos jovens para o ingresso no mercado de trabalho.