Novos ataques geram preocupação com civis “presos na carnificina” no nordeste da Síria
Regiões mais afetadas incluem Hama, Idlib e Aleppo; Ocha destaca situação de pessoas isoladas em Idlib e arredores; cerca de 1 milhão de vítimas são crianças.
O Escritório de Assuntos Humanitários, Ocha, chama atenção para um novo aumento de ataques aéreos em áreas do noroeste da Síria. Os atos ocorrem nas províncias de Hama, Idlib e Aleppo.
Na semana passada já haviam ocorrido três dias de intensos confrontos, que foram interrompidos por um cessar-fogo condicional que começou na última sexta-feira. Mas os ataques teriam sido retomados.
Em nota emitida esta terça-feira, em Genebra, o escritório revela profunda preocupação pela situação de civis que “estão presos na carnificina em Idlib e arredores”.
Bombardeios
Após a entrada em vigor do cessar-fogo, o Ocha destaca que nenhum ataque aéreo teria sido reportado no noroeste da Síria no fim de semana, apesar de alguns bombardeios no norte de Hama e no sul de Idlib. Alguns civis começaram a voltar para suas casas.
O Ocha alerta que 1 milhão das pessoas das áreas afetadas são crianças. Antes da trégua, as crianças contaram que elas e suas escolas estavam sendo bombardeadas, tinham medo e só queriam que os bombardeios parassem.
Cessar-fogo
Estes relatos de menores foram dados ao coordenador de Assistência de Emergência, Mark Lowcock, e transmitidos em sessão do Conselho de Segurança que aconteceu há uma semana, antes do início do cessar-fogo condicional.
Na ocasião, o também subsecretário-geral de Assuntos Humanitários contou que foram identificados pelo menos 450 civis mortos desde o final de abril. Os dados do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos revelaram que desse número, cerca de 100 civis perderam a vida somente nas últimas duas semanas.
Centenas de pessoas ficaram feridas e mais de 440 mil foram deslocados pelos bombardeios dos terroristas do Hayat Tahrir al-Sham e grupos armados não estatais a eles associados.
O Ocha destaca que crianças tiveram três dias com menos combates, mas que “se suas vozes de desespero tiverem algum valor ou peso, então mais bombardeios, mais ataques aéreos e mais violência são a resposta errada para o pedido de paz”.
A nota reitera ainda que todas as partes envolvidas no conflito e aquelas que têm influência devem cumprir suas obrigações sob o Direito Internacional Humanitário para proteger civis e a infraestrutura em todos os momentos.