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Quênia lança campanha “Comércio de Marfim é uma Trapaça” BR

Entre 2010 e 2012, 100 mil elefantes foram mortos por seu marfim na África.
Unep Grid Arendal/Peter Prokosch
Entre 2010 e 2012, 100 mil elefantes foram mortos por seu marfim na África.

Quênia lança campanha “Comércio de Marfim é uma Trapaça”

Legislação e prevenção de crimes

Em novo esforço para aumentar conscientização e frear comércio ilegal de marfim, país promove nova campanha de conservação da vida selvagem; Pnuma destaca que estimativa é de que até 80% das manadas tenham sido perdidas em algumas regiões.

A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres, Cites, introduziu a proibição do comércio internacional de marfim em 1989, após anos de caça ilegal sem precedentes. A estimativa é de que até 80% das manadas tenham sido perdidas em algumas regiões.

Em uma nova iniciativa para aumentar a conscientização e frear o comércio ilegal de marfim, o Quênia lançou uma campanha de conservação da vida selvagem com o nome “Comércio de Marfim é uma Trapaça”.

Quanto aos elefantes, foram revistas as medidas para a exportação da espécie africana quando ainda em vida para fora do seu alcance natural.
Muitas populações de elefantes africanos são pequenas e fragmentadas e não estão bem protegidas, tornando-as ainda mais vulneráveis à caça ilegal. , by Banco Mundial/ Arne Hoel

Cites

A campanha pede a inclusão do Elefante Africano no Apêndice I da Cites, que inclui espécies ameaçadas de extinção, durante a próxima 18ª Conferência das Partes da Convenção.

O Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, destaca que devido a caça ilegal, o número de elefantes é cada vez menor. A iniciativa é apoiada por outros 31 Estados africanos sob a Coalizão do Elefante Africano.

Lançamento

Durante o lançamento da campanha, que aconteceu em Nairóbi, o secretário do Escritório de Turismo e Vida Selvagem do Quênia, Najib Balala, disse que o país está preocupado com “o lobby que está acontecendo e com a abertura do comércio de marfim.” Ao falar sobre os motivos por trás da campanha, ele disse que acredita que “a caça ilegal pode ser reativada, porque haverá demanda e oferta.”

O evento de lançamento também contou com a presença da diretora do Escritório Regional do Pnuma para a África, Juliette Biao e representantes do Kenya Wildlife Service, da Autoridade Aeroportuária do Quênia, KAA, e da Kenya Airways.


Isaac Awuondo, da KAA, disse que "a Autoridade Aeroportuária do Quênia foi a primeira na África a assinar a Declaração do Palácio de Buckingham, uma iniciativa internacional que compromete os participantes da cadeia internacional de transporte a colaborar na luta contra o tráfico de vida selvagem."

Parceria

Por meio de uma parceria entre a KWS e a KAA, o Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta é equipado com cães treinados para detectar produtos da vida selvagem em bagagens e cargas de passageiros. O Pnuma destaca que a KAA tem estado na vanguarda do seu compromisso com a luta contra o tráfico ilegal de animais selvagens através da promulgação de leis, desenvolvimento de políticas e procedimentos e treinamento de pessoal para garantir que os produtos ilegais da vida silvestre não passem pelos aeroportos.

Como parte da campanha, 400 mil cartões de embarque de edição limitada foram produzidos com a mensagem: "O comércio de marfim está acabando com o Quênia".

Conscientização

A Kenya Airways e o Pnuma têm juntos aumentado a conscientização sobre a necessidade de uma conservação melhor e sustentável da vida selvagem através da distribuição um pacote especial de educação infantil para os passageiros. O pacote contém uma sacola, uma revista em quadrinhos, cartões postais, adesivos e tatuagens temporárias relacionadas à conservação da vida selvagem e ao comércio ilegal de vida selvagem.

O Pnuma apoia os países africanos na sua luta contra o comércio ilegal de animais selvagens através da sensibilização e políticas, assim como capacitação e apoio às comunidades locais.