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ONU anuncia comissão de inquérito para investigar violações no noroeste da Síria

Menino ferido nos combates em assentamento de Aqrabat, perto de Idlib
Unicef/UN0318500/Watad
Menino ferido nos combates em assentamento de Aqrabat, perto de Idlib

ONU anuncia comissão de inquérito para investigar violações no noroeste da Síria

Paz e segurança

Decisão do secretário-geral acontece depois de série de incidentes ocorridos em área protegida por memorando de entendimento; em três meses, ofensiva do governo sírio causou a morte de 450 civis e forçou o deslocamento de 440 mil pessoas.

O secretário-geral anunciou esta quinta-feira uma nova Comissão Interna de Inquérito das Nações Unidas para investigar uma série de incidentes ocorridos no noroeste da Síria.

Estes casos aconteceram em uma área de redução de tensão perto de Idlib, que está protegida por um memorando de estabilização assinado entre a Rússia e a Turquia em 17 de setembro de 2018.

Investigação

Famílias passam a noite em acampamento improvisado na vila de Atmah, perto da fronteira turca, após ataques no norte de Hama, no sul de Idlib, na Síria.
Famílias passam a noite em acampamento improvisado na vila de Atmah, perto da fronteira turca, após ataques no norte de Hama, no sul de Idlib, na Síria, Unicef/UN0318979/Ashawi

Em nota emitida pelo seu porta-voz, António Guterres informa que a investigação “cobrirá a destruição e danos causados a instalações na área de redução de tensão e instalações apoiadas pela ONU na mesma área.”

A Comissão de Inquérito irá analisar os fatos desses incidentes e informará o secretário-geral no final do trabalho. Guterres pede a todas as partes interessadas que cooperem com o novo organismo assim que este seja estabelecido.

Uma nova nota será emitida assim que a Comissão tenha sido criada e esteja pronta para iniciar o trabalho.

Incidentes

Esta semana, um grupo de 10 Estados-membros do Conselho de Segurança entregaram uma carta ao secretário-geral pedindo o inquérito.

Segundo a ONU, a última ofensiva do governo sírio causou nos últimos três meses a morte de 450 civis e levou ao deslocamento de 440 mil pessoas.

Esta semana, em declarações ao Conselho de Seguranca, o subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse que dezenas de centros de saúde foram atingidos desde abril.

Dirigindo-se aos Estados-membros, o chefe humanitário pediu que “façam algo”. Segundo ele, os países “sabem o que está acontecendo e durante 90 dias não fizeram nada para parar a carnificina que está acontecendo na sua frente.”