ONU quer compreender melhor o impacto da insegurança na Líbia sobre o Mali
Comandante militar da operação de paz diz que há necessidade de saber mais sobre ameaças e segurança; Portugal é o único país lusófono com forças em território maliano como parte do contingente da União Europeia.
As Nações Unidas vão apurar quais os impactos causados pela instabilidade e insegurança na Líbia no Mali.
As declarações foram feitas à ONU News, em Nova Iorque, pelo comandante das forças militares da Missão das Nações Unidas no Mali, Minusma, general Dennis Gyllensporre.
Ameaças
O oficial declarou que os acontecimentos na Líbia têm impacto no Mali e nos países da região. Ele acrescentou que a operação de paz em território maliano continuará a monitorar os desenvolvimentos na Líbia, para melhor entender como as ameaças e a insegurança se desenvolverão nos próximos meses.
Em abril, a escalada de conflitos em território líbio envolveu rebeldes do leste que não reconhecem o governo na capital, Trípoli. O país é marcado por confrontos, pela instabilidade política e por disputas pelo poder desde que o ex-líder Muammar Kaddafi foi deposto e morto, em 2011.
A Minusma é considerada umas mais perigosas operações de paz no mundo pelas baixas graves e regulares provocadas por atividades violentas de atores e grupos não estatais no norte. No total, 195 integrantes das forças de paz já perderam a vida em serviço no Mali.
Possíveis Progressos
O comandante Gyllensporre vê possíveis progressos nos próximos 12 meses em território maliano, que também é marcado por confrontos inter-étnicos que provocam a morte de civis.
De acordo com o general, os sinais são promissores e o governo está empenhado em promover avanços tendo em conta a urgência e a necessidade de proatividade no cenário de conflitos. O oficial destacou ainda o compromisso da comunidade internacional em termos de fornecimento de recursos e na clareza em relação às necessidades de apoio.
Tanto as tropas de manutenção da paz da ONU como os civis têm sofrido o impacto da instabilidade e da insegurança, no país onde militares de Portugal que integram o contingente da União Europeia são os únicos lusófonos no terreno.
A Minusma é composta por 12.644 militares. A maioria deles foi enviada por países como Burquina Fasso, Chade, Bangladesh, Egito e Senegal.