"Credibilidade do processo eleitoral é vital para presidente a ser eleito no Afeganistão"

Vice-secretária-geral apelou ao Conselho de Segurança que continue empenhado em apoiar esforços para a paz, estabilidade e prosperidade no país; cerca de 9,6 milhões de eleitores devem escolher presidente na votação agendada para 28 de setembro.
A nove semanas das eleições presidenciais no Afeganistão, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que a credibilidade do processo é vital para que o presidente a ser eleito tenha a autoridade necessária para unir o país no processo de paz.
Falando esta sexta-feira no Conselho de Segurança, a vice-chefe da ONU destacou que “as mulheres precisam participar de forma plena, efetiva e direta” nas negociações para que a paz seja sustentável.
Inclusivity isn’t only the right thing to do for women & girls. It is the only way to make durable peace & dev. As a woman told us in #Afghanistan: “It’s an illusion to think that you are going to give away people’s rights, & then have any real peace” Read https://t.co/wtXAWUiM6L pic.twitter.com/b29Aqfop8j
AminaJMohammed
O apelo feito aos 15 Estados-membros do órgão é que estes continuem empenhados em apoiar os esforços para a paz, estabilidade e prosperidade no país que vive “um momento crucial com uma oportunidade sem precedentes para a paz”.
O informe foi apresentado uma semana após a visita de altas funcionárias da ONU, sobre a qual Mohammed disse que todos os afegãos com quem teve contato deixaram claro o desejo de uma paz imediata após décadas de conflito.
No mesmo encontro, a subsecretária-geral para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, forneceu detalhes sobre o processo eleitoral que conta com a assistência técnica das Nações Unidas.
Segundo ela, os órgãos da Comissão Eleitoral Independente trabalham contra o relógio e “não há espaço para atrasos de natureza técnica ou política”.
Na sessão, DiCarlo considerou essencial a estreita colaboração entre todos os atores para garantir que as próximas etapas sejam concluídas assim como está previsto no calendário eleitoral. A representante reiterou ainda a importância de um processo com credibilidade e realizado em tempo útil.
A comunidade internacional prometeu financiar o processo eleitoral afegão com US$ 59 milhões ao orçamento que totaliza US$ 149 milhões. O Governo do Afeganistão comprometeu-se a cobrir o processo com US$ 90 milhões.
Pela primeira vez, decorreu a revisão da lista de eleitores de 2018, tendo sido apurado um total preliminar de 9,6 milhões de eleitores para a votação deste ano. A ONU revelou ainda que a avaliação de segurança foi concluída em 5 mil centros de votação.
DiCarlo defendeu que os preparativos para o período da campanha eleitoral também estão em implementação.
A chefe dos Assuntos Políticos defendeu ainda que uma solução política para o conflito no Afeganistão continua sendo mais relevante do que nunca, no país onde os civis ainda suportam o peso do conflito.
De acordo com a subsecretária-geral, é demasiado frequente que estes sejam feridos ou mortos ao ser apanhados no fogo cruzado, atingidos por armas ou explosivos ou são alvos deliberados.