Libéria passa oficialmente de país beneficiário para contribuinte de soldados da paz
Novo acordo de parceria mostra "claro impacto positivo da manutenção da paz da ONU”; 202 boinas azuis morreram no país entre 1989 e 2003; militares liberianos já operam nas missões do Mali e Sudão do Sul.
Um acordo entre a Libéria e as Nações Unidas para fornecer pessoal de paz para servir na Missão da ONU no Mali, Minusma, marca uma transição "imensamente significante" para a nação da África Ocidental.
A afirmação é do embaixador Dee-Maxwell Saah Kemayah, que assinou o acordo na sede da ONU, em Nova Iorque, com o chefe de Suporte Operacional da ONU, Atul Khare.
👍Today Liberia formally transitioned to be a troop contributing country to @UNPeacekeeping UN Operational Support Chief 🇺🇳and Ambassador Kemayah 🇱🇷 signed a MoU acknowledging Liberia's contribution to @UN_MINUSMA THANK YOU Liberia ‼️ @UN @LibMissionUN 🙏 🌍🕊️ pic.twitter.com/c2Tt24poOT
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Mudança
Desde 1993, a Libéria foi uma nação anfitriã de capacetes azuis, em vez de um provedor de tropas de manutenção da paz. Entre 1989 e 2003, as duas guerras civis provocaram a morte de 202 soldados da paz no país.
A Libéria também recebeu a Missão de Manutenção da Paz da ONU, Unmil, entre setembro de 2003 e março de 2018. Na altura do fecho da operação de paz, o secretário-geral da organização, António Guterres, saudou a retirada total de boinas-azuis e felicitou o povo por acabar com décadas de crise e conflito
Na assinatura, a ONU também prestou homenagem ao serviço e sacrifício do boina-azul libanês Ousmane Ansu Sherif. O militar perdeu a vida em um ataque a um campo da Minusma em Timbuktu, em maio de 2017.
Importância
Durante a cerimônia de assinatura, o subsecretário-geral Khare disse que "o caminho da Libéria demonstra o impacto positivo da manutenção da paz da ONU e como um país que passou de conflito para a estabilidade é hoje um parceiro fundamental para ajudar outros países necessitados."
O embaixador Dee-Maxwell Saah Kemayah, que assumiu o cargo em setembro passado, disse que a assinatura foi "imensamente significativa, pois reforça o compromisso mutuo entre o governo da Libéria e as Nações Unidas para as iniciativas de manutenção da paz."
O representante afirmou que o acordo “aumentará a capacidade das Forças Armadas da Libéria de fornecer pessoal, equipamento e serviços de forma adequada.” O documento também deve permitir que o país esteja “melhor preparado para contribuir mais plenamente para os objetivos concertados e coletivos de manutenção da paz da Minusma."
A Libéria contribui para as forças de paz com 118 militares, dos quais 10,6% são mulheres, para a Minusma e para a Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss.
Atualmente, a ONU tem 321 memorandos de entendimento ativos com 80 países.