OMS pede que países do Hemisfério Norte se preparem para as ondas de calor BR

Agência alerta que enquanto a Europa vive essa situação, América do Norte, América Central e Caribe também correm risco; situação pode piorar entre julho e agosto, com impacto adverso na saúde humana.
Tendo em vista as atuais ondas de calor na Europa e previsões de que esse fenômeno atingirá várias partes das Américas, a Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu que os países da Região estejam preparados, devido ao impacto que essa situação pode ter na saúde das pessoas, incluindo o risco de morte.
A OMS destacou que durante o verão do Hemisfério Sul de 2018-2019, sete países das Américas, Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai, foram afetados por ondas de calor. O fenômeno nunca tinha sido observado na Região.
As ondas de calor que tiveram o maior impacto desde 2000 foram a do Brasil em 2010, que causou a morte de 737 pessoas, e a da Argentina no verão de 2013-2014, que causou 1.877 mortes e deixou 800 mil pessoas sem energia, o que aumentou do estresse térmico nessa população.
Segundo as autoridades de saúde dos Estados Unidos, as ondas de calor são o fenômeno natural que causam o maior número de mortes naquele país.
As previsões meteorológicas para a América do Norte, América Central e Caribe apontam para ondas de calor durante o verão de 2019. De acordo com a OMS, isso poderia aumentar o estresse induzido pela seca, levar a incêndios florestais e ter efeitos prejudiciais à saúde humana.
Devido à situação, a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, desenvolveu um guia para ajudar os países da região a formular planos de contingência para lidar com as ondas de calor.
A publicação fornece recomendações que o setor de saúde e as agências meteorológicas podem implementar para se preparar e responder melhor a essa ameaça, promover a saúde, prevenir os efeitos adversos das ondas de calor, tratar as pessoas afetadas e salvar vidas.
O documento enfatiza que os planos de contingência de ondas de calor devem ser capazes de determinar a extensão da ameaça, com procedimentos de ativação de alerta, uma descrição de papéis e funções e mecanismos de coordenação.
As recomendações também destacam que os países devem fortalecer a vigilância epidemiológica da morbidade e mortalidade relacionadas ao calor e a capacidade dos serviços de saúde. É preciso ainda melhorar as ações das autoridades locais, da mídia e das comunidades em termos de medidas de resposta entre agências, medidas de prevenção e autocuidado.
A OMS aponta que a exposição ao calor causa sintomas graves como insolação, condição que causa desmaios, assim como pele seca e quente, devido à incapacidade do corpo de controlar altas temperaturas. A maioria das mortes relacionadas ao calor se deve ao agravamento das condições cardiopulmonar, renal, endócrina e psiquiátrica.
Outros sintomas incluem edema nos membros inferiores, alergia causada pelo calor no pescoço, cãibras, dor de cabeça, irritabilidade, letargia e fraqueza.
Pessoas com doenças crônicas que tomam medicamentos diariamente têm um risco maior de complicações e morte durante uma onda de calor, assim como pessoas mais idosas e crianças.
As reações ao calor dependem da capacidade de adaptação de cada pessoa e efeitos sérios podem aparecer de repente. É por isso que é importante prestar atenção aos alertas e recomendações das autoridades locais.
• Fique atento aos alertas e previsões meteorológicas.
• Evite a exposição ao sol das 11:00 horas às 16:00 horas.
• Não deixe crianças ou pessoas idosas em veículos estacionados
• Não faça exercícios ou pratique atividades intensas ao ar livre sem a devida proteção
• Beba água a cada duas horas, mesmo que você não esteja com sede.
• Mantenha a casa fresca, cobrindo as janelas durante o dia e usando ar-condicionado ou ventiladores durante as horas mais quentes.
• Se você tem uma doença crônica e usa medicamentos, consulte seu médico.
• A insolação é uma emergência médica com risco de vida. O indivíduo deve receber atendimento médico em um hospital
• Pare toda a atividade física.
• Chame uma ambulância imediatamente.
• Vá para ou mova a pessoa afetada para um local com temperatura baixa.
• Use qualquer meio físico para facilitar o resfriamento, como resfriar a cabeça e o corpo com água e abanar a pessoa para reduzir a temperatura.