“Timor-Leste de hoje está preparado para competir”

Neste #Destaque ONU News Especial, acompanhe a conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Dionísio Babo. A economia timorense gerou mais postos de trabalho e a gestão de recursos naturais através do Fundo Petrolífero é um exemplo de sucesso.
O chefe da diplomacia de Díli acompanha a divulgação do Relatório Nacional Voluntário sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, na sede das Nações Unidas.
O documento "Das cinzas à reconciliação, reconstrução e desenvolvimento sustentável” aponta um crescimento considerável da economia de Timor-Leste nos últimos 20 anos, após a restauração da independência. As Nações Unidas apoiam a implementação de ações de desenvolvimento que serão reveladas em detalhes.
Dionísio Babo (DB): Muito gosto estar cá convosco.
DB: Este é o primeiro relatório que Timor-Leste pretende apresentar para ter conhecimento sobre o desenvolvimento que Timor tem tido durante este tempo todo. Sabe que Timor-Leste é um país que foi afetado por um conflito muito prolongado e a independência também não foi uma independência de forma pacífica, mas uma independência que passou por um processo assim muito longo e difícil. Mas, graças a Deus, nos últimos 17 anos, Timor-Leste conseguiu ultrapassar essas dificuldades e conseguiu estabelecer todas as instituições democráticas, conseguiu ter a sua legislação estabelecida, e Timor-Leste conseguiu ultrapassar alguns passos econômicos que, segundo várias instituições econômicas regionais e mundiais, tem mostrado um avanço e um alcance muito rápido no desenvolvimento do país.
Nesse relatório pretendemos fazer um relatório honesto, sendo o primeiro relatório. Pretendemos fazer um relatório com toda a honestidade, incluindo e envolvendo toda a camada da nossa sociedade, incluindo mulheres, pessoas com deficiências e ver um balanço no aspecto do gênero e também todas as camadas que constituem as comunidades timorenses. Para apresentar com toda, sinceramente, o avanço célere sobre o desenvolvimento que o país tem realizado. E é claro que nesse processo todo há sempre desafios, há sempre problemas que têm que ser enfrentados e têm que se fechar as lacunas para, depois, pelo menos no futuro, alcançar um objetivo de acordo com o que o país aspira.
Mas só para dizer que tudo que fazemos neste relatório tem a ver com os indicadores que já estabelecemos no âmbito do SDG16 e também está alinhado intimamente com o plano estratégico de desenvolvimento do país. Demonstra-se que o Timor-Leste tem vindo a progredir e estamos com orgulho com a situação toda.
DB: Como eu tinha dito…
DB: Timor-Leste hoje já é mais do que o Timor-Leste era há uns 17 anos atrás. O Timor de hoje é um Timor-Leste que está preparado para competir mesmo regionalmente, e, internacionalmente. O Timor-Leste de hoje é um Timor-Leste que tem vindo a progredir, aprendendo com os seus próprios erros, e também, usamos todas as oportunidades que temos, para poder ultrapassar a situação que tínhamos estado muitos anos atrás. Por exemplo, desde 2011 para frente, até pelo menos 2016, teve registado pelo menos dois dígitos do desenvolvimento econômico. E, para além disso, politicamente, nós temos vindo a ver quatro eleições sem problema nenhum, e com o atendimento de mais de 70% em cada uma das eleições, até que chegava em 90% nas primeira e segunda eleições.
Para além disso, nós conseguimos fazer a reconciliação entre nós, os timorenses, e a reconciliação com a Indonésia. Foi um país que esteve juntamente conosco ao longo dos 24 anos numa ocupação quase, digamos, brutal, segundo os standards internacionais.
DB: No nosso plano estratégico nacional temos um objetivo a chegar com esse esforço todo, isso é, fazer Timor Leste chegar ao nível de rendimento médio-alto, ou como um país com um rendimento médio-alto no mundo. E por isso estamos a fazer um grande esforço em todos os aspectos. Estamos a ajustar-nos com os patamares internacionais, fazendo todo o esforço. Claro, que com o apoio dos nossos países irmãos e da comunidade internacional para chegar até lá. Eu sei que não é difícil. Eu sei que é um objetivo quase ambicioso, como dizem os outros, mas eu creio que se nós pudemos conquistar a guerra para sermos independentes porque é que não podemos conquistar o objetivo de sermos um país como tantos outros países do mundo.
DB: Muito obrigado.
DB: Obrigado.