Afeganistão já tem mais trabalhadores humanitários que sofreram ataques em 2019 que no ano passado

Este ano, 77 funcionários do setor foram mortos, feridos ou sequestrados; chefe humanitário quer investigação e julgamento dos responsáveis pelos atos ocorridos entre domingo e terça-feira.
O Afeganistão já registrou 77 trabalhadores humanitários que foram vítimas de morte, ferimentos ou sequestro em comparação com 76 de todo o ano passado.
A revelação foi feita esta quarta-feira, em Cabul, pelo coordenador humanitário das Nações Unidas. Toby Lanzer disse estar profundamente preocupado com três ataques ocorridos entre 6 e 9 de julho.
Agências de notícias informaram que 100 crianças ficaram feridas no domingo num ataque das milícias talibã no leste. O ato ocorreu quando o governo e representantes do talibã começavam a abordar a necessidade de reduzir as baixas civis no Qatar.
Na terça-feira, homens armados invadiram um hospital e quatro funcionários perderam a vida. No total, cinco profissionais da saúde que trabalhavam para organizações não-governamentais morreram em todos esses incidentes.
Após endereçar pêsames às famílias dos falecidos, o chefe humanitário destacou que o conflito do Afeganistão está entre os que provocam mais mortes no mundo.
O pedido feito às partes do conflito é que protejam e facilitem a ação dos trabalhadores humanitários, em particular daqueles que operam no setor da saúde.
Lanzer disse que o Direito Internacional Humanitário obriga todas as partes envolvidas em confrontos a protegerem trabalhadores das áreas do auxílio humanitário, da saúde e da infraestrutura.
O comunicado sublinha que em ocasiões onde isso não ocorreu, os incidentes precisam ser investigados e os agressores levados à justiça.