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Afeganistão já tem mais trabalhadores humanitários que sofreram ataques em 2019 que no ano passado

Um funcionário municipal em Cabul, capital do Afeganistão, limpa os destroços de um complexo de apartamentos que foi severamente danificado no ataque de 1 de julho  reivindicado pelo talibã.
Unama/Fardin Waezi
Um funcionário municipal em Cabul, capital do Afeganistão, limpa os destroços de um complexo de apartamentos que foi severamente danificado no ataque de 1 de julho reivindicado pelo talibã.

Afeganistão já tem mais trabalhadores humanitários que sofreram ataques em 2019 que no ano passado

Paz e segurança

Este ano, 77 funcionários do setor foram mortos, feridos ou sequestrados; chefe humanitário quer investigação e julgamento dos responsáveis pelos atos ocorridos entre domingo e terça-feira.

O Afeganistão já registrou 77 trabalhadores humanitários que foram vítimas de morte, ferimentos ou sequestro em comparação com 76 de todo o ano passado.

A revelação foi feita esta quarta-feira, em Cabul, pelo coordenador humanitário das Nações Unidas. Toby Lanzer disse estar profundamente preocupado com três ataques ocorridos entre 6 e 9 de julho.

Prédio em Cabul após ataque reivindicado pelo Talebã há dois anos
Comerciantes de Cabul, no Afeganistão, se reúnem em frente a um prédio que sofreu um ataque reivindicado pelo talibã em 1° de julho de 2019. Foto: Unama/Fardin Waezi

ONGs

Agências de notícias informaram que 100 crianças ficaram feridas no domingo num ataque das milícias talibã no leste. O ato ocorreu quando o governo e representantes do talibã começavam a abordar a necessidade de reduzir as baixas civis no Qatar.

Na terça-feira, homens armados invadiram um hospital e quatro funcionários perderam a vida. No total, cinco profissionais da saúde que trabalhavam para organizações não-governamentais morreram em todos esses incidentes.

Após endereçar pêsames às famílias dos falecidos, o chefe humanitário destacou que o conflito do Afeganistão está entre os que provocam mais mortes no mundo.

Auxílio

O pedido feito às partes do conflito é que protejam e facilitem a ação dos trabalhadores humanitários, em particular daqueles que operam no setor da saúde.

Lanzer disse que o Direito Internacional Humanitário obriga todas as partes envolvidas em confrontos a protegerem trabalhadores das áreas do auxílio humanitário, da saúde e da infraestrutura.

O comunicado sublinha que em ocasiões onde isso não ocorreu, os incidentes precisam ser investigados e os agressores levados à justiça.