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Sudão do Sul: “país viu tragicamente mais guerra do que paz” após independência BR

Sudão do Sul vive a maior crise de deslocamento da África.
ONU/Isaac Billy
Sudão do Sul vive a maior crise de deslocamento da África.

Sudão do Sul: “país viu tragicamente mais guerra do que paz” após independência

Paz e segurança

Dia 9 de julho marca 8º aniversário da independência da mais nova nação do mundo; país vive a maior crise de deslocamento da África.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, fez um apelo aos líderes do Sudão do Sul para que acelerem os esforços para acabar com o que se tornou a maior crise de deslocamento da África.

O dia 9 de julho marca o 8º aniversário da independência da mais nova nação do mundo. A agência destaca que desde então, “o país viu tragicamente mais guerra do que paz”.

PMA assiste 29 mil pessoas em Pieri, no Sudão do Sul. Cerca de 6,6 mil são crianças.
PMA assiste 29 mil pessoas em Pieri, no Sudão do Sul. Cerca de 6,6 mil são crianças., by PMA/Gabriela Vivacqua

Tensão

O Acnur aponta progressos após o Acordo de Paz Revitalizado, que foi assinado em 12 de setembro de 2018 e estabeleceu uma fundação para a paz. Mas a agência observa que com “áreas-chave de tensão ainda não resolvidas, a paz está longe de ser certa”.

A independência do Sudão do Sul foi declarada em 2011, mas o país entrou em guerra civil dois anos depois, após desentendimentos entre o presidente Salva Kiir e o seu ex-vice e líder rebelde Riek Machar.

Para a agência, é essencial que os representantes das comunidades de refugiados e deslocados internos sejam participantes ativos e significativos no processo de paz.

De acordo com o Acnur, “qualquer acordo convincente deve incluir disposições claras e transparentes para a reconciliação e os mecanismos para buscar a justiça devem ser claros e confiáveis.”

Refugiados

Segundo as Nações Unidas, mais de 2,3 milhões de sul-sudaneses vivem como refugiados em países vizinhos, enquanto 1,9 milhão foram internamente deslocados dentro do país.

A agência destaca que várias pessoas do país foram deslocadas repetidamente e que sua fé nesses processos é vital para o sucesso deles.

Outro pedido é que sejam considerados os jovens nessas provisões. A crise afetou desproporcionalmente as crianças, que compõem quase dois terços da população refugiada.

Para a prosperidade e paz no país “é preciso assegurar que jovens sul-sudaneses, incluindo refugiados, tenham acesso a uma educação adequada e que oportunidades para realizar seu potencial sejam essenciais”.

A agência anunciou que recebeu pouco mais de um quinto do Plano Regional de Resposta a Refugiados do Sudão do Sul, no valor de US$ 1,4 bilhão, para fornecer assistência humanitária aos refugiados.